quarta-feira, 14 de outubro de 2009

SETE LAGOAS ESTÁ TRAVADA E NÃO É MUITO DIFÍCIL DESCOBRIR POR QUE, COMEÇE LENDO ESSE POST. QUANTOS MILHÕES MAIS VAMOS PERDER???

Abaixo segue um trecho da minha conversa com Paulo Rogério ainda em março. Acredite!, atualíssima. Essa parte da discurssão onde Paulinho ainda secretário de Obras e Infraestrutura (a Infraestrutura já lhe tiraram) falou do interesse da cidade em buscar uma empresa para substituir o SAAE e teve tão forte repercussão que abafou na época essa outra parte de sua fala que vai abaixo. Mas ela é até muito mais importante porque revela como pensa o núcleo desse governo e as consequências nefastas que representa uma visão pequena para a cidade.

O que você lerá é a minha discussão com Paulo Rogério sobre o investimento que a empresa Rodobens pretendia fazer na cidade. Porque pelo que acabei de ficar sabendo de uma pessoa próxima a organização, em São José do Rio Preto, eles perderam muito o animo de investir em Sete Lagoas. Iriam construir um conjunto de casas modernas e com preços acessíveis a população, empregando técnicas inovadoras no processo construtivo, reduzindo os custos e, por isso um preço melhor. Teríamos ofertas de moradias e grande número de empregos, mas é bem certo que a cidade por conta da visão conservadora hostil ao progresso e a modernização que se verá abaixo vai peder este e muitos outros investimentos. ACRESCENTEI OS COMENTÁRIOS EM PRETO ENTRE MEIO A MINHA COVERSA COM PAULO ROGÉRIO.



Eu, Leonardo Barros:
Quando você se preocupa com essa questão, que é uma questão ambiental importante, isto está relacionando com aquele investimento que o grupo Verde de São José do Rio Preto pretende fazer em Sete Lagoas?

Paulo Rogério (com os comentários meus em preto):
Também. Sim. Eu conheço e não posso negar isso. É uma área de baixada, eu vi o projeto, eu estou conhecendo melhor o projeto. É um projeto em drenagens para secar. Nós estamos precisando de água, não de acabar com água. Eu pelo que eu pude perceber, eu não vou responder assim tão precisamente porque o projeto não chegou as minhas mãos oficialmente. Mas eu acho que um investimento grande que você cria uma cidade dentro de uma cidade. Não é o ideal não. Eu acho que uma cidade hoje ela deve misturar as classes, uma depende da outra.

O projeto é ruim por que é "em drenagens para secar" ou por que "cria uma cidade dentro de uma cidade"? E esse papo de misturar as classes. Sendo assim devemos a partir de hoje proibir todo e qualquer condomínio para classe A, não é? Todo condomínio sofisticado agora deve contemplar alguns lotes para os barracões, se possível feitos de lata com chão batido. Ah, não pode também esquecer a classe mediana, ponha uns alguns apartamentos de 35 m².

É uma visão minha pessoal, mas como é uma coisa da cidade você tem conversar com mais pessoas, você não pode forçar uma situação sua, uma solução sua. Mas eu vejo que aquela área, especificamente naquele local, é um local que tem água, tem varias nascentes que caem naquele córrego, quando da fábrica de cimento, da Brennand foi exigido dela que preservasse as nascentes lá em cima. E de repente o conjunto entra na ponta, onde água, todas essas nascentes formam e vem até lá, se você observar é o ponto mais baixo que tem ali.

Ora, engraçado que os repositores do aquifero em regiões carsticas estão exatamente nos locais mais altos e não mais baixos, portanto, tal argumento é infundado.
Eu da minha maneira de ver, isso os ambientalistas vão poder responder melhor, ambientalista comprometido realmente com o meio ambiente, sabe? O que eu vejo é isso, pra mim ali é uma área de preservação.
O quer dizer ambientalista comprometido realmente com o meio ambiente? Quer dizer, existem ambientalistas não comprometidos com o meio ambiente ou será que eles podem não estar comprometidos com os princípios do senhor Paulo Rogério?


Eu, Leonardo Barros:
Paulinho em relação a isso, eu penso que a minha posição é diferente da sua. Eu penso que isso é uma xenofobia ambiental, e tá impedindo Sete Lagoas de trazer um investimento importante que daria habitação para tanto classe média, classes populares até porque as casas não são, pelo que a reportagem da Veja mostra, elas são para pessoas da classe “c”, pessoas da classe “d”, classe “B”, então a esse argumento eu acho que ele é um argumento pouco estranho pra defender a não vinda, e principalmente aos ambientalistas, pessoas que muitas vezes tem mais comprometimento, com o que eles chamam de meio ambiente e não com o ser humano, que é parte do meio ambiente. Isso me preocupa.


Paulo Rogério (com os comentários meus em preto)
Não, não é isso, eu já fiz conjunto, eu já fui empreiteiro, eu já fiz conjuntos habitacionais grandes, tive envolvimento quando deu início ao plano diretor de Sete Lagoas, eu procurei o que tem de melhor no Brasil, que o IPUC – Instituto de Planejamento e Urbanização de Curitiba e hoje se pensa em conjunto menores justamente para ter integração e não conjuntos grandes. Isso que você esta vendo pelos conjuntos, onde realmente montaram um stand casas minúsculas SE FOSSE EM BÚZIOS SERIA EXCELENTE. Mas como uma moradia, na minha maneira de ver como arquiteto eu acho seria que precisaria de um espaço maior.
PAULINHO QUER ESTE INVESTIMENTO EM BÚZIOS; NÃO EM SETE LAGOAS. E mais outras duas questões aí. Esse papo de conjuntos menores e maiores não pode ser uma opção imposta por quem quer que seja. E no interior de São Paulo a região mais desenvolvida do país e de maior qualildade vida os projetos desse tipo tem sido um sucesso total. E agora vejam que coisa o senhor Paulo está preocupado com o espaço das moradias, parecia que ele desejava dizer a construtora e ao consumidor o que era melhor para eles. E aqui falo no passado por que o projeto não dever vir mais e depois ele que vá dizer isso pro Lula e seus casebres do PAC Favela, que eles [governo Maroca] descobriram são muito piores, verdade ou mentira minha?
E aquilo ali é uma baixada, não tem como negar, é uma baixada, é preciso preservar a baixada, nós estamos no sertão, as baixadas são veredas, a Lagoa Paulino da qual nos estamos em frente é uma vereda e foi fechada, quase todas as nossas lagoas são veredas, onde água brota, onde existe uma impermeabilização do fundo maior que tem a terra vermelha onde a água vem filtrando e desce.
Eu vejo isso assim, eu não estou negando o investimento, é preciso ter moradias na cidade, agora o número de moradias você que está ouvindo, que trabalha em pesquisa quando você coloca pra vender 3.000 unidades a cidade não tem pessoas com recursos no bolso pra isso, TEM QUE BUSCAR DE FORA E QUANDO VOCÊ COMEÇA A TRAZER PESSOAS DE FORA e quando você chega não tem emprego, começa haver o desemprego na cidade.
REPARARAM QUAIS SÃO AS VERDADEIRAS OBJEÇÕES? "PESSOAS DE FORA". A segunda objeção e não menos importante é a oferta de moradias a preço melhor para o consumidor e isso afeta, não é?, o negócio de certos empreendedores locais. Portanto, essa frase: "eu não estou negando o investimento" ficaria melhor em sentido inverso.
Mas os nossos edis estão preocupados mesmos é em mudar o nome de zelador de Casa de Maquina do SAAE para "Operadores" e em fazer anti-projetos de leis para os nossos doutores procuradores, não é mesmo Marcelo da Coopersellta?


As coisas tem que ser gradativas. É uma visão que eu tenho de cidade com um todo, não é uma visão ambientalista só não. E que você deve ter posições que as pessoas vão chegando e você vai oferecendo moradias dentro de uma demanda real e essa demanda não é num local, você cria posições, nós temos milhares de lotes vagos em Sete Lagoas que precisam ser ocupados, nós precisamos de espaço que precisam ser trabalhado melhor, um plano diretor ainda seria melhor, inclusive aquela área não é área considerada urbana para construção não.
Quantos argumentos-objeções o nosso secretário arrumou até aqui? Pois ele acabou de elencar outro agora é que área não é considerada urbana para construção. E quando ele diz que "as coisas tem que ser gradativas", eu entendo. Elas tem que acompanhar ao rítmo que os nossos donos da cidade deem conta de nos atender, não podemos claro ter o direito que outros consumidores têm de melhores produtos a preços mais atrativos. Coisa assim tem que ser lá para aquele pessoal de Buzios.

Se você tem um investimento industrial que foi exigido da cimento Brennand preservação ambiental, para que você possa, a pedreira que já foi liberada e já foi autorizada, de repente daqui há 4 anos ela pode estar estourando a pedreira? Não agora não ela foi ocupada, ocuparam, depois que você dá uma licença faz investimento, não nós podemos vai ter moradia ali, não pode mais tem que paralisar a atividade. Nós corremos esse risco, inclusive risco. Para isso existe o plano diretor que tem que ser respeitado. É o que existe? Então tudo bem nós precisamos de melhorar e ver as falhas dele, nós temos que ver as falhas do plano diretor e definir isso porque se você vem investir num lugar se tem que ter a garantia dele, você recebeu ele. Então seu investimento tá seguro. Então depois você não vai ter o dissabor trazer todo esse recurso, tudo isso três quatro anos depois você não pode mais ficar aqui. Tem essas coisas também.
Mais uma justificativa para impedir o investimento. O Senhor secretário antes preocupado com a falta de dinheiro do consumidor sete-lagoano para comprar os imóveis agora está preucupado com as moradias afetarem a Brennand cimentos. E uma coisa em nada afeta a outra. Isso como já ficou claro acima é apenas mais uma cortina de fumaça.
Olha só é muito difícil você responder em duas três palavras frases aqui é uma coisa bem mais extensa se tem que pensar na cidade. Eu penso na cidade, primeiro, eu não penso em mim.
Como veem o Sr. Paulo Rogério achou poucas as palavras que utilizou para desqualificar o investimento, não foram duas ou três palavras e frases para objetar o empreendimento que geraria renda, emprego e moradia para o consumidor, mas 770 PALAVRAS. SE TIVE UM ARGUMENTO CONSISTENTE UMA FRASE SERIA SUFICIENTE.
Paulo Rogério convence fácil a Câmara Municipal de Vereadores de Sete Lagoas; não a mim. Ele também conseguiu pelo visto ter êxito com os investidores: eles foram espantados.
Aqui o audio, entrevista completa:

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