sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O BBB - Big Brother Brasil - pode se tornar mais relevante, ganhar mais valor e ainda aumentar a sua atratividade como produto de entretenimento?

Eu acredito que sim e vou tentar provar minha tese cabalmente. 

O Programa é criticando por ser fútil e inútil e, de fato não se tem muitos ganhos palpáveis em assisti-lo, a não ser o passa tempo prazeroso de acompanhar as disputas, as conquistas, os pega, pegas, entre os casais, os erros, as mediocridades, as virtudes e as qualidades dos seres humanos ali, não há nada de especial. Mas a vida não é isso? Isso já não é um valor? Sim, é. 

Bem, o ponto é: dá para ter mais? O Programa poderia ir além disso tudo e entregar ao expectador um valor que o fizesse crescer, se tornar mais crítico, independente, para poder enxergar melhor a realidade, ter mais discernimento, não cair em falácias, não comprar mistificações e ser um indivíduo mais livre, autônomo, que se desenvolve e contribui, assim, para o progresso geral?

Mas cabe ou deve ter o Big Brother Brasil esse papel, assumir essa responsabilidade seja como um dever ou oportunidade para ter mais esse valor objetivo, proporcionar esse ganho para o expectador e ter também mais importância e valor retribuído?

Essa análise vai levando ao surgimento até agora de novas perguntas e ainda nenhuma conclusão. E isso é muito bom, porque vê-se a complexidade da questão e vai ampliando o seu entendimento, como limites, possibilidades, papel e oportunidades dentro do princípio de ser ter entretenimento e buscar valor maior sem perder a atração. 

Agora, também poderia se avaliar se uma sensível perda de atratividade, se é que precisa ter menos atratividade para ter ganhos de valor, não poderia ser compensada por ganho público mais qualificado e de maior poder aquisitivo, já que uma perda de atração levaria a perda de uma parte do povão, se que precisa ter redução de atração para ter mais valor. Não se daria para ter elevar os dois ao mesmo tempo: atração e valor?

Vamos a tese que defendo: pois bem, eu acredito que é possível o Programa ser ainda mais atrativo e ter valor no sentido de liderar e contribuir para o indivíduo crescer nos parâmetros que disse acima, que em última instância é ser mais autônomo e, portanto, livre, sensato, lógico.

Do ponto de vista de se se conhecer e conhecer a raça humana com suas virtudes, pequenezas e tramas que reproduzem a vida real acho que o programa cumpre essa função intrínseca ao formato. Daí já se pode desmentir a inutilidade de que o Programa é acusado. Mas dá para ir além? Este é o meu ponto aqui. 

A resposta é sim, desde que para isso se junte ali pessoas antagônicas para o bem e para o mal, sob o ponto de vista de valor destes participantes,  para produzir o impacto que ser quer: capturar a sua atenção e levar ao crescimento do expectador enquanto indivíduo autônomo.

Mas isso só é possível de realizar se houver a determinação firme de fazer, determinar os perfis, fazer um recrutamento amplo e selecionar magistralmente estas pessoas. E estes têm que ter além destas qualidades e defeitos conflitantes devem estar dispostos a fazer a luta da ignorância contra a lucidez e vice versa. Por isso, tão importante quanto selecionar os perfis respectivos é identificar o querer, desejar, profundamente o enfrentamento de parte a parte.  

(Este texto ainda está inconcluso, por isso, haverá complemento).

A LEI DO TOQUE DE RECOLHER É UMA PRERROGATIVA DA FAMÍLIA NÃO DO ESTADO; FALTA EXIGIR O CUMPRIMENTO DA RESPONSABILIDADE FAMILIAR DE EDUCAÇÃO DOS FILHOS

(data original da postagem: 28/04/09, às 02:33)

O toque de recolher para menores começa se alastrar país a fora, principalmente, pelo interior de São Paulo. Ontem o Fantástico apresentou uma matéria da cidade de Ilha Solteira que começava a implantar essa determinação de um Juiz local. O que eu penso da medida? Sou contra. A medida fere o direito de ir vir e retira dos pais o papel de estabelecer os limites que consideram corretos para seus filhos. E não só. Vejo a medida com muita reserva, muita mesmo. Acho algo extremamente autoritário e perigoso.

Hoje é ao menor que o estado impõe a determinação, amanhã pode ser para os adultos com determinadas características, que estejam em certas regiões da cidade. Mas vou me prender aqui no caso dos adolescentes. Vejam o que dizem dois pais que foram entrevistados pela reportagem: “Eu dou nota dez para esse procedimento", diz um dos pais. "Tem que ter um limite”, disse outro. Pois eu dou nota zero pro dois. Acho que a responsabilidade de impor limites, de educar, são dos país, nunca de uma autoridade externa. E aliás esses país que aprovam entusiasticamente a medida estão dando um testemunho de que não tem autoridade sobre seus filhos. E nestes casos o erro está claro com falta de autoridade deles.

Se estes senhores não conseguem, como muitos outros país também não, ter autoridade sobre os seus filhos, tem os outros que são a maioria e sabem exercerem sua autoridade, o respeito e tem com suas crias uma relação de confiança. Dessa forma, pais e filhos que tem uma relação mutuamente amiga, presente e de respeitabilidade são tolhidos em sua liberdade de escolha, porque um juiz diz agora o que o seu filho pode e não pode fazer. Tá errado isso.

Essas leis municipais são autoritárias, tratam brasileiros no exercício pleno de sua cidadania de maneira desigual pais a fora. O que vale em uma cidade não vale para outra. Ou seja, brasileiros tem mais ou menos liberdade dependo da cidade que residem. E não aceito como justificativa a explicação que essa limitação diminui os crimes. O preço da redução da violência não pode ser o fim da liberdade.

A sociedade precisa de promover a responsabilização de país e não retirar-lhes essa tarefa. A maioria das famílias que cumprem com esse dever não pode pagar o preço de outras que não cumprem. O estado está entrando num terreno que não lhe pertence, que é a educação familiar. “A intenção nossa foi envolver toda a sociedade para que os jovens voltassem a dormir cedo. Para que pudessem ter um bom rendimento escolar no dia seguinte”, essa foi a explicação para o toque de recolher que o juíz da cidade de Ilha Solteira deu. Será que essa seria a opinião desse senhor, caso ele e sua família tivessem recebido a mesma imposição e ingerência quando ele era menor? Duvido. Se ele hoje com 30 anos já um juiz, não foi porque alguém impôs um toque de recolher, mas porque sua família assumiu a responsabilidade de educá-lo.

Esse juiz da Infância e da Juventude da cidade, Fernando Antonio de Lima. Contou que se inspirou no livro de “Eclesiastes”, da Bíblia, a decisão judicial. Ele disse: "um cavalo indômito torna-se intratável. A criança entregue a si mesma torna-se temerária.” Essa é uma confissão de que esse moço está projetando um valor pessoal seu, que provavelmente foi adquirido no seio familiar para outras famílias. Mais: a sua decisão não está baseada na lei, mas sobretudo, na religião. E ainda por sua linha de raciocínio ele está dizendo que as crianças estão entregues a si mesmas. Se estão mesmo nessa situação é o caso de exigir responsabilidade constitucional que tem pais e não tomar-lhes responsabilidade e um impor um autoritário toque de recolher.

Essa situação não é legal e pode ser desculpa para medidas outras ainda mais autoritárias pelo país a fora. Aliás, o país através do Congresso Nacional tem que assumir esse debate já. O caminho é a educação que forma cidadãos de valor para convivência em qualquer dia e horário. Falta responsabilizar pais e não sufocar a liberdade no país com toques de recolher.