quinta-feira, 11 de março de 2010

O ZÉ MANDA EU DAR MAIS VALOR PRO ELEITOR; EU DIGO NÃO

Um leitor que se identifica como Zé Machado lembra-me do meu fracasso eleitoral na eleição passada. "Dê mais valor aos eleitores, senão você tera outra decepção.Ou vc esqueceu os seus votos para Vereador ?" E diz também que eu não vou ganhar as eleições "com a desgraça dos outros". Mais: quer saber se eu acho que está ganha a eleição. Segue seu comentário na íntegra, onde ele também descasca o Dr. Ronaldo João:

Ronaldo joao esta criticando Maroca é um falso moralista!Pq na epoca nao pulou do barco?Pq esperou ganhar a eleição e ser rejeitado pra soltar a lingua? É vingança se gostasse mesmo do povo tinha feito essa denuncia na campanha?Pq se calou ? Vc que é mto abelhudo pq não perguntou ?Leonardo Barros não é com a desgraça dos outros que vc vai ganhar as eleiçoes, e vc acha que esta ganha. Dê mais valor aos eleitores, senão você tera outra decepção.Ou vc esqueceu os seus votos para Vereador ?
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(Zé Machado)

Voltei

O Zé, aí, comete algumas injustiças com o deputado Dr. Ronaldo João (PDT) como verão; quanto a mim ele quer que eu abandono o trabalho que faço aqui e que estaria, ele faz entender isso, provocando a "desgraça" alheia e vá fazer campanha eleitoral, para eu não sofrer novamente outro fracasso.

Começo a respondê-lo no que diz respeito a mim. Então será que sobre o ângulo eleitoral o Zé não está certo: é melhor eu deixar esse negócio que ele chama de "desgraça dos outros" e eu chamo "vigilância jornalística e proposição de ideias" e ir adular o eleitor?

Não Zé, não farei isso, estou pronto para outra derrota eleitoral. Este é o custo para continuar seguindo vigilante e produzindo ideias para a nossa cidade, a nossa região, o nosso estado e o nosso país, ser melhor na minha modesta, mas atrevida opinião? Pois então pagarei com gosto este preço.

Mas certamente alguns leitores concordam com você e me acham tolo para fugir do script clássico dos políticos; outros que estão menos atentos à questão eleitoral longíngua torcem para eu continuar revelando erros, incoerências e inconcistências, produzindo ideias. Entretando, como eu disse, sei que muitos veem nesse papel de expor o erro e propor ideias uma trabalho ilegítimo. Assim seria esse papel de vigilância, fiscalização e proposição tido por gente com a sua opinião como que tratar da desgraça alheia e junto com o exercício de produção de ideias quanto mais bem fundamentadas um direito que no fundo se censura: a liberdade. Mas entendo, no Brasil sempre foi assim: a crítica é mal vista; gostamos mais de viver hipocritamente. A dissimulação assim, ganhou e passou a ser valorizada como competência positiva.

Fechando esse ponto, uma pequenina digressão: um colega me disse há poucos dias para eu fazer uma matéria com determinada categoria de profissionais que isso poderia me trazer benefícios eleitorais. Confesso que criei resistência em realizar a matéria que até merece ser feita, porque haveria nisso um fundo de interesse eleitoral meu. Não é assim que eu quero fazer as coisas e, mais relevante, eu quero ser coerente com o que prego. Acredito que vivenciando o que defendo, tenho mais força para ajudar a mudar as coisas, a mentalidade que combato, ademais é uma questão de princípio para mim e não puritanismo ou tática marketeira.

Uma das maiores mentiras é essa história de que o poder muda TODO mundo que chega lá. Conversa, a maioria apenas passou a vida dissimulando e assume o que de fato é quando atinge poder pela dissimulação competente. Na verdade, uma grande parte dos cidadãos que luta para chegar lá quer a mesma coisa. É triste, mas na realidade os eleitores na maior parte das vezes erram convictos de que estão acertando, votam em quem não representa seus valores , princípios e práticas que ele gostaria que fosse exercidas na vida pública. Não falo, por óbvio, dos eleitores que se deixam corromper.

Retomo um ponto importante para encerrar este post e em outro, falarei em profundidade um assunto que há muito eu quero tratar: o meu fracasso como candidato a vereador. Mas antes de fechar é preciso fazer justiça ao médico deputado Ronaldo João (PDT), que diferente do que diz o leitor não foi "falso moralista" não, ele foi apenas espontâneo na rádio, quando fez a confissão sobre o dinheiro de campanha e também fez questão de reafirmar a sua fidelidade ao prefeito Maroca (PSDB). E quanto a pergunta que o Zé cobra por eu não tê-la feito ao entrevistado parece que ele não se deu conta que eu não era o entrevistador na rádio. E a minha entrevista com o deputado aconteceu antes.

Mas agora fechando mesmo esse texto como se diz é cômico se não fosse trágico a interpretação, se for esta pela maioria dos eleitores-cidadãos, de que minha ação não é a bem deles, em atenção a eles. É assim segundo essa suposta interpretação: eu não estou tratando de coisas que interessam ao eleitor como diz o Zé. Bem, meu compromisso contínuo é com os cidadãos, ainda que como eleitor este cidadão não reconheça, não lembre disso e vote em quem só lembra dele como eleitor, na época da eleição.

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