terça-feira, 23 de março de 2010

MAIS QUE UM HOSPITAL REGIONAL, UMA POLÍTICA DE FORTALECIMENTO REGIONAL DA SAÚDE. E MAIS: VAI AQUI TAMBÉM UM ESCLARECIMENTO

O ex-secretário de Saúde de Sete Lagoas, Geraldo Donizete, num gesto raro na política reconheceu novamente nesta segunda-feira [em programa de rádio] a contribuição que ofereci para a conquista do recurso para o Hospital Regional, ainda em 2007. Infelizmente transformado em um pronto socorro em 2009, pelo Governo Maroca e agora restaurado na sua função original pelo Governo Aécio. Bem, voltando ao reconhecimento de Donizete ele tem um valor especial por ser ele um respeitado administrador público. Entretanto, tenho que trazer um esclarecimento complementar para não deixar que outros confundam a minha proposta apresentada.

Neste sentido, a minha ideia de Macrorregião de Saúde NÃO foi para atender a um pré-requisito de instalação de um Hospital Regional. Assim, é preciso dizer que quando sugeri a ideia que embasou a decisão político-administrativa do Governo Aécio de instalar um Hospital Regional em Sete Lagoas, não foi para atender a um pré-requisito para termos um Hospital Regional. Por que estou dizendo isso? Porque de acordo com a informação que ex-secretário recebeu: o "pessoal técnico, eles confirmaram que era necessário transformar a região numa Macrorregião" para ter um Hospital Regional. Isso não procede. Tanto é que Betim tem Hospital Regional e não é sede de uma Macrorregião de Saúde. Assim, quando propus a ideia da Macrorregião considerei o fortalecimento e autonomização da região, que atendia a política descentralização e proporcionaria o desafogamento da cidade sede, que é BH. Era a justificativa técnica para não só ter um Hospital Regional, mas uma política regional. Adiante.

Portanto, se não é necessário transformar-se em uma sede de Macrorregião de Saúde para ter um hospital da região eu considerei coisas como a nossa posição geográfica, o grande número de municípios dependentes da cidade sede (BH), o fato de a BR 040 entre Sete Lagoas e Curvelo seria duplicada e também o fato de Curvelo ter acabado receber um pronto socorro de grande porte, assim a criação da nova região Macro de Saúde, que chamei de "Centro Norte" desafogaria Belo Horizonte e fortaleceria a nossa região, atendendo a política de descentralização expressa no Plano Diretor de Regionalização do Estado. E nesse processo de fortalecimento ganharíamos mais autonomia, mais recursos e haveria complementariedade de serviços entre as cidades. A abrangência geográfica pensei que poderia ir de Ribeirão das Neves até Diamantina, podendo ser, claro, alterada no momento do planejamento técnico.

Mas com essa mudança de status significaria também grandes desafios, a saber:
1) Sete Lagoas teria que se dispor a uma mudança de postura radical, no sentido abrir-se para acolher decididamente as outras cidades - não como é hoje que aceita quase que por obrigação prestar o serviço baixa qualidade;

2) Isso exigira uma revolução qualitativa, além do aumento da oferta que não se limitaria ao hospital que seria construído;

3) Haveria a necessidade de grande articulação com as outras cidades que comporia a nova Macrorregião.

Notem que o benefício, e é um benefício, vem carregado de grandes desafios, mas é aí que surge a oportunidade de mudança real, transformando a necessidade de melhorar em uma oportunidade para... melhorar, avançar, crescer e desenvolver-se. E como é lógico a área de saúde no país é uma das coisas mais promissoras nos próximos anos, para não dizer que é a mais promissora. É só ter em conta que o país entrou numa curva de envelhecimento de sua população e o aumento da longevidade com uma medicina cada vez mais avançada. Assim, há uma grande oportunidade também para o investimento privado em saúde na cidade, que passaria a ser uma referência, não?

Para encerrar, quando propus a transformação de Sete Lagoas em uma sede de uma nova Macroregião, estava pensando muito em fortalecer as chances de conquistar o Hospital Regional, mas também na mudança que isso exigiria, obrigando Sete Lagoas abandonar a mentalidade bairrista e ter os dividendos da mudança não só tendo um Hospital Regional, mas uma política regional - tudo isso está gravado em vídeo, publico depois. Ah, e antes que alguém venha dizer que isso poderia piorar o serviço é só ter em conta que São Paulo é, em última instância o grande centro recebedor pessoas enfermas, ao mesmo tempo é o mais avançado centro de saúde brasileiro. Agora com o hospital garantido é deixar de pensar pequeno.

Um comentário:

Anônimo disse...

Leonardo, mto bem esclarecido, restanos agora esperar que o secretario que assumiu a pasta seja suficientemente equilibrado para gerenciar o ingerenciavel e sábio para não se deixar influenciar por outros " gestores " que divagam o tempo todo. O povo de nossa cidade precisa urgentemente de um novo hospital. A proposito, meu respeito e minha admiração ao ex secretário Donizete.