domingo, 14 de fevereiro de 2010

Prezada dona Dilma- João Mellão Neto


Tempos atrás, aqui mesmo, neste Espaço Aberto, comparei a senhora, com as ideias antiquadas que defende, a um DKW - aquele automóvel que foi fabricado no Brasil no início da década de 1960. Recebi numerosos e-mails reclamando que eu estava sendo injusto. Injusto com o DKW. Pois é. O carro deixou uma boa impressão, o que - perdoe-me o mau jeito - parece muito não ser o seu caso. Estive vasculhando as minhas memórias e constatei que o DKW é muito moderno para a senhora. A comparação adequada seria com um Ford 1929. E, ao afirmar isso, espero que ninguém reclame do fato de eu estar cometendo outra injustiça.

É Ford 1929, mesmo. Foi naquela época em que ele estava sendo fabricado que um sujeito chamado Benito Mussolini fazia sucesso com o lema: "Tudo no Estado, nada contra o Estado, nada fora do Estado." Joseph Stalin e outros contemporâneos também não pensavam muito diferente disso. Poderíamos agraciar cada um deles com um Ford da época. Ou com uma Mercedes-Benz 770. A senhora sabia que esses personagens históricos já defendiam a ideia de um "Estado forte" - que é o cerne de sua plataforma política - naqueles tempos?

Li, se não me, engano, na revista Veja, que o bordão que o Duda Mendonça apresentou para a sua campanha eleitoral é baseado naquela música do Zeca Pagodinho: "Deixa a Dilma me levar; Dilma leva eu..." Com todo o respeito, dona Dilma, levar para onde? Dá calafrios só de pensar.

Por falar em Duda Mendonça, cabe a pergunta: vocês o reabilitaram? Vão pagar a campanha com dólares depositados nas Bahamas, como ele gosta? Isso é proibido, dona Dilma. A senhora sabia?

Li, creio que na mesma revista, que quem está articulando a sua campanha nos diversos Estados é ninguém menos que José Dirceu. É, ele mesmo. Ele já foi ministro-chefe da Casa Civil, o mesmo cargo que a senhora ocupa. Também foi reabilitado? E aquela história do "mensalão" como é que fica? Segundo a malvada da imprensa, ele era o grande articulador do esquema. Deixa pra lá. Isso também deve ser "intriga da oposição", não é verdade?

Por falar nisso, por que será que a "mídia" implica tanto com a senhora? Está em seus planos criar um "órgão controlador do conteúdo da imprensa"? A federação dos jornalistas - à qual não sou filiado - já apresentou uma proposta nesse sentido. A senhora concorda?

A pergunta é pertinente. Um dia destes - quando o Hugo Chávez, da Venezuela, cassou a concessão de seis emissoras de televisão a cabo - questionaram se a senhora concordava com tal medida. E, dona Dilma, a senhora respondeu de forma evasiva. Disse algo como: "Quem sou eu para julgar..." A senhora não tem opinião formada sobre o assunto? Assim vai mal...

Mudando de assunto, esse negócio de "Estado forte" que a senhora defende me lembra os tempos do general Ernesto Geisel. Se a senhora não se lembra, foi aquele presidente do Brasil, na década de 1970, que tão somente fechou o Congresso por alguns dias e baixou várias medidas políticas arbitrárias que ficaram conhecidas como "pacote de abril". Entre elas, vale destacar, foi criada a triste figura do "senador biônico".

Pois bem, o presidente Geisel vivia dizendo que a economia brasileira estava apoiada em três pés: o Estado, o capital estrangeiro e a iniciativa privada nacional. Não era bem assim, na prática. Durante o governo do dito cujo foram criadas quase 400 empresas estatais. E a maioria esmagadora dava prejuízo, sangrando o Tesouro Nacional. Paciência. Segundo ele, o Estado deveria suprir, na economia, todas as lacunas deixadas pela iniciativa privada. Era melhor para a Nação que o estatismo prevalecesse do que entregar a área ao capital estrangeiro.

Quase tudo nos tempos de Geisel era propriedade do Estado. Surgiu até um neologismo para designar a nova elite que tomara o poder: tecnocracia, mistura de burocracia com conhecimento técnico. E os tecnocratas bem que abusavam. Conheci um sujeito, na época, que trabalhava na companhia telefônica estatal de São Paulo. Ele me contou, orgulhoso, que fora transferido para o "Departamento de Esportes" da empresa. Na prática, ele não precisava fazer mais nada... E o salário, que não era baixo, pingava, com certeza, todos os meses. É esse tipo de "Estado forte" que a senhora prega? Não é isso? O Estado musculoso que a senhora deseja seria, por acaso, de uma modalidade "diferente"?

Deu um trabalho enorme desmontar toda a estrutura estatal criada no País. E foi muito bom. Como lembra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em artigo publicado nesta página do Estadão no último domingo, a Companhia Vale do Rio Doce, depois de privatizada, contribui com impostos muito mais do que rendia em dividendos quando era estatal. Não é o único caso. E tampouco há de ser o último...

Pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde que assumiu o poder, não mais privatizou nenhuma empresa. Ao contrário, ele prega um Estado maior e para tanto tratou de capitalizar o Banco do Brasil, o BNDES e tudo mais que é estatal.

Segundo ele, a crise internacional aqui, no Brasil, só se configurou como uma "marolinha" porque o seu governo salvou o sistema financeiro nacional da quebradeira geral. Não é bem verdade. As finanças nacionais não se envolveram na especulação geral porque aqui, depois das quebras monumentais de bancos brasileiros na década de 1990, o sistema se tornou bastante regulamentado e os bancos, capitalizados. Isso se deve, em boa parte, ao seu antecessor, Fernando Henrique...

Tenha santa paciência, dona Dilma, Estado agigantado existe um só: é do tipo que reinou por aqui na década de 1970. A senhora sonha com um Estado sarado. Pois o máximo que conseguirá será um Estado obeso. O Estado de S. Paulo

2 comentários:

Nikacio Lemos Bitencult disse...

QUAL GOVERNO NOS FEZ CONHECER A INFELICIDADE DO MENSALÃO ?
Perguntinha Básica e simples ou quem sabe muito difícil de responder :
Sabem por quem foi e como foi que o Brasil ficou conhecendo a palavra MENSALÃO ?
Sugestão de Resposta;
Pela Quadrilha do PT ?
Pelo DEM ?
Ou nas escolas?
Ou nenhuma das Três respostas ?
Mensalão, um ato introduzido por quadrilha de corruptos, demagogos, mentirosos e comunistas ladrões.
Sinceramente se o PT tem algum mérito, este mérito é deprimente por ter feito o Brasil conhecer de forma indesejável o maior MENSALÃO já visto na POLITICA.
Nikacio lemos
23 anos Universitário

Nikacio Lemos Bitencult disse...

PERGUNTINHA DE UM SIMPLES ELEITOR :

Porque Lula é tão sínico, contraditório e demagogo?
Ele criticou tanto as viagens de FHC, no entanto já viajou 560% vezes + e ainda falta praticamente um ano de governo para ele sair de cena
Criticou tanto o programa do Bolsa Escola que foi criado no Governo FHC, no entanto a se tornar governo ampliou este programa de forma escancarada e eleitoral mudando apenas o nome para Bolsa família.
Sanciona lei para Punir empresas corruptas, sem olhar para o próprio rabo porque o seu partido e governo tem se identificado como o + corrupto já visto na história dessa nação.
Tem muito + coisas que ele se contradiz, se mostra demagogo e sínico !!!
Como bem diz a história, peixe morre pela boca!!!!
Porque Lula é tão sínico, contraditório e demagogo?
Será que ele acredita tanto assim que todos os brasileiros são ingênuos, incultos, miseráveis, otários e só sabem dizer sim para suas idiotices, enganações , demagogia e oportunismo de um mentiroso ?
Engano caro senhor Lula, sabemos que você incha a máquina do governo endivida a máquina pública federal de forma irresponsável e eleitoral , como sabemos que isso tem prazo de validade para estourar .
Um país aberto ao mercado , é como uma empresa, as leis de mercado são praticamente parecidas, é preciso ter receita real para ter gastos, caso contrário vai falir .
Sabemos também que sua mascara não tem cola eterna, e com certeza ela vai cair.
Tenho o maior orgulho em dizer: NÃO VOTEI NESSE DEMAGOGO, MENTIROSO, CORRUPTO, OPORTUNISTA E CONTRADITÓRIO DO LULA.
Já falei no ano passado, e reafirmo este ano, já passou a hora dos USA e EURUPA darem um gelo no governo Lula por ser um governo que apóia Ditadores, e Terroristas que assombram o mundo com ameaças nuclear e guerra.
Ou Lula volta atrás e procura se afastar de Irã e Venezuela, ou seu governo vai sentir as conseqüências ditadas pelo primeiro mundo MERECIDAMETE !!!

Fui...........
Nikacio lemos
23 anos Universitário
P.S. Vamos ser sinceros, se Lula fosse mesmo justo, deveria + é que agradecer ao governo de FHC por ter recebido um governo de moeda estável e economia sólida .
Tão sólida que até hoje a moeda é a mesma que foi criada no governo de Itamar Franco pelo ministro FHC.
Isso é fato, não adianta os comunistas do PT negaram !!!!