sábado, 7 de novembro de 2009

Entrevista do senador Eduardo Azeredo, Folha de São Paulo - Confio em decisão técnica do STF, diz Azeredo

Por Andreza Matais, na Folha:
O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) afirmou não entender como o ministro Joaquim Barbosa, do STF (Supremo Tribunal Federal), considerou um documento “falso” como prova do seu envolvimento com o mensalão mineiro. “É tão vagabunda a falsificação que o delegado [Luiz Flávio] Zampronha, que foi extremamente duro comigo, não considerou essa prova”, disse.Trata-se de recibo de R$ 4,5 milhões com a assinatura do senador destinado às empresas de Marcos Valério. O documento, diz ele, foi montado pelo lobista Nilton Monteiro. Azeredo também rejeita a tese de que o esquema foi o embrião do mensalão que anos depois abalou o governo Lula.

FOLHA - O sr. acusa o ministro relator de usar prova falsa?
EDUARDO AZEREDO - Manifestei indignação de chegar ao STF um documento que é xerox. Não existe o original. É alguém pegar a assinatura num cheque, tirar xerox e escrever em cima.

FOLHA - Mas o documento consta na denúncia do Ministério Público e está nos autos…
AZEREDO - O delegado fez uma análise dura e não considerou esse recibo porque disse que era muito fajuto. O processo vem com tudo. Agora, no fim é que tem a decisão do procurador. E ele não considerou esse recibo como válido.

FOLHA - Como o recibo foi parar no processo?
AZEREDO - Ele [delegado] citou que recebeu isso de Nilton Monteiro. Não é possível que um país como o Brasil permita que um homem desse continue solto. Tenho que dar explicações, e o cara está solto.

FOLHA - Monteiro não participou da sua campanha?
AZEREDO - Teve uma relação com esse Cláudio Mourão [tesoureiro da campanha] num determinado momento e aí ele entrou nesse processo assim. Agora, como é que ele continua? Eu sei que ele tem ligações com um ex-deputado de Minas do PT. Eu não estou atacando o PT, não. [Eduardo] Suplicy me deu apoio, Tião Viana me ligou. Eu tenho respeito pelo Lula.

FOLHA - Outra prova que consta contra o sr. é a liberação de recursos de estatais para eventos que depois foram desviados para campanha.
AZEREDO - Não há nenhuma prova de autorização minha. Se não tem prova de que o Lula autorizou o Banco do Brasil, a Visanet, tá certo não ter incluído o Lula [no mensalão]. O que estou dizendo é que no caso dele considerou-se que as empresas tinham gestão própria. No meu caso, não se considera. Aqui

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