segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Visão apocalíptica?

Editorial do Jornal Tribuna (Roberto Andrade):

A cidade foi surpreendida na manhã de quinta-feira, 30, com a notícia de capa do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, que estampava a seguinte nota: “Sete Lagoas está à beira da falência”.
Surpresa maior foi por se tratar de matéria, cujos dados teriam sido fornecidos pelo secretário de Planejamento da Prefeitura, figura proeminente da atual administração. O ilustre secretário, de acordo com o diário da capital, invoca uma situação apocalíptica.
As dificuldades geradas pela crise econômica mundial e que acabaram alcançando as prefeituras não são privilégio de Sete Lagoas. Para equilibrar o orçamento dos municípios, o Governo Federal criou um fundo para compensar as perdas de janeiro e fevereiro, e estabeleceu um piso em que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) não poderia ser inferior ao ano de 2008. Com isso, o governo deu mais vigor e fôlego para que os municípios se adequassem à nova realidade. E as dificuldades estão sendo vencidas: folha de pagamento em dia, fornecedores recebendo e um novo clima de otimismo foi restabelecido na cidade.
No setor guseiro, nossa principal atividade, 13 siderúrgicas já retomaram suas atividades; e as perspectivas de negócios no setor de exportação são otimistas. A fábrica de cerveja AmBev já em funcionamento, prevista a inauguração de dois shoppings. Em fase de expansão, a Iveco vai investir R$ 300 milhões até 2010. Com isto, a multinacional atraiu a criação de um condomínio de 160 mil metros quadrados de fornecedores de peças, numa área em frente à montadora. A gama de investimentos abriga uma montadora de caminhões, a quinta maior em fabricação no Brasil. A Codemig vai implantar o CDI (Centro de Desenvolvimento Industrial Sete Lagoas II), com restaurante e área aberta para as empresas da Iveco se instalarem.
E como se tudo isso não bastasse, o Distrito Industrial de Sete Lagoas terá outro condomínio, o Park Center, um consórcio de empresas da iniciativa privada. Somente a estrutura terá custo R$ 6 milhões para construção de ruas, esgotos, sistema de telefonia e segurança. Será uma área fechada de 400 mil metros quadrados, com banco, restaurante e estabelecimentos comerciais em geral para aten&t -a região. Este crescimento aumenta o número de estabelecimentos que a cidade já oferece: 876 indústrias de vários segmentos, 1.799 estabelecimentos comerciais, 1.424 pontos de serviços. A estes, serão somadas ainda mais 30 empresas, com destaque para a Fábrica de Cimento Brennand, que vai gerar 1.500 empregos e investimentos de R$ 300 milhões.
Recentemente, foi anunciada a liberação de R$ 120 milhões, para obras do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC e, ainda, a construção de milhares de casas, através do programa federal “Minha c!a, Minha Vida”.
No setor de saúde Sete Lagoas, é hoje Centro de Referência em Oncologia (tratamento de câncer pelo Sus), uma grande conquista para a cidade e região. E na esteira do progresso vemos o município caminhar para se firmar como Cidade Universitária, com duas Universidades Federais, Faculdades de ensino presencial e outras de ensino a distância.
O cenário que se vislumbra é de um “boom” industrial, econômico e social, tornando o município como um dos mais influentes e importantes do Estado, e não uma cidade que está “à beira da falência”.- A infeliz insinuação da matéria, em O Tempo, cria um clima de pessimismo e pode inibir investidores. -
Tanto progresso em dose única talvez assuste o dono da casa. Maroca, para fazer um bom governo, precisa de apoio e palavras animadoras do seu Secretariado. Cabe agora à Secretaria de Planejamento organizar este crescimento, a fim de que a cidade não perca qualidade de vida e cresça desordenadamente.
Não adianta, agora, chorar o leite derramado e invocar supostos erros do passado. O rio adquire força e velocidade nas quedas e segue vitorioso seu destino rumo ao mar.
Sete Lagoas, tome-se mar!

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