segunda-feira, 8 de junho de 2009

Fala Francenildo, o homem que ex-minitro do PT, Antônio Paloci, quebrou de forma malvada e covarde o seu sigilo bancário


O caseiro Francenildo Costa, 27, cujo depoimento à CPI dos Bingos derrubou o ministro Antonio Palocci (PT), em 2006, hoje trabalha de bicos. Diz esperar que a Justiça decida sobre a ação por danos morais que move contra a Caixa Econômica e a Editora Globo pela quebra e divulgação de seu sigilo bancário -segundo ele, uma operação que visava desacreditá-lo. À Folha, Francenildo disse esperar que a Justiça adote no seu caso a rapidez que usa no inquérito do STF.
FOLHA - Como o sr. define a sua situação hoje, passados três anos do depoimento?
FRANCENILDO DOS SANTOS COSTA - Dá para levar. Estou trabalhando, fazendo uns bicos por aí para poder comer o arroz no final da tarde.
FOLHA - A Justiça ainda nada definiu a respeito da ação de indenização que o sr. moveu. Como o sr. vê o assunto?
FRANCENILDO - Já me dei conta de que a rapidez da Justiça demora. Eu tô praticamente ansioso. Tô trabalhando. Tentando trabalhar, estudar e deixar isso um pouco de lado. Não ficar em cima, em cima, porque já sei que a Justiça demora um pouco. Mas tô por aí, tô correndo atrás.
FOLHA - O processo está lento?
FRANCENILDO - É. Com certeza.
FOLHA - O que aquele vazamento da sua conta bancária provocou na sua vida?
FRANCENILDO - Esse vazamento foi o que me chocou bastante. Porque se eu soubesse que ia chegar a esse ponto o jogo sujo deles, eu não tinha falado. Eu não me arrependeria de não falar o que eu sabia. Mas na hora eu pensei, “Vou sair na mídia, nos canais, nos jornais, mas vou encarar”. Mas se eu pensasse que eles jogassem tão sujo igual eles jogaram, invadiram minha vida. Porque ficar de olho assim, na rapidez que foi divulgada minha convivência com o meu pai. Eu não queria que isso acontecesse.
Até a família, parentes ficaram duvidando do dinheiro. Porque ninguém sabia [do pai biológico], eu não tinha contado para ninguém. O que me prejudicou bastante foi isso aí, a questão da quebra do sigilo.
FOLHA - E até hoje?
FRANCENILDO - Com certeza.Ocorre de eu andar na rua de boné. A gente bota um boné na cabeça e algumas pessoas ainda conhecem.Esses dias fui trabalhar e esqueci de levar o boné e, dentro do ônibus, uma mulher ficou mencionando: “Olha lá, o caseiro do Palocci”. Aí tive que ir lá pro fundo do ônibus e descer para poder pegar outro ônibus.Eu não gosto dessas coisas, fico meio angustiado. Fico calado, fico na minha.
FOLHA - O sr. se arrependeu de ter falado aquilo que presenciou?
FRANCENILDO - Se eu soubesse que eles iriam fazer o que fizeram comigo, eu me arrependeria de ter falado. Porque eu pensava que “vou falar o que sei, e pra mim não vai dar em nada, por causa que eu tô falando a verdade”. [...] Agora, a questão da quebra foi uma sacanagem mesmo que fizeram.Assinante lê mais aqui

Um comentário:

Meira disse...

Tudo bem que foi errada a quebra do sigilo, mas porque ninguém questiona a origem do dinheiro depositado? A Carta Capital, na época, pesquisou o tal do pai biológico e concluiu que ele não teria condições de fazer o depósito, aliás ele confirmou ter feito o depósito mas não confirmou ser o pai.Pergunto: Sempre depositou ou foi uma grande coincidência o depósito ser feito só na época da denúncia? O depositante tem alguma ligação com algum político ou partido? Que prova há da possibilidade de ser pai do Francenildo.Porque hoje ele está reclamando viver de bicos, se tem um pai "milionário"? Já viu que para a mídia só interessa um lado da moeda.Se isso for ser democrático é duro de saber.Se é para investigar, vamos ser imparciais.....