segunda-feira, 15 de junho de 2009

Enquanto o mundo cobra apuração de fraude na eleição do Irã; Lula diz que não há prova e dá apoio a mais um ditador

Por PABLO UCHÔA, BBC Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, em Genebra, que "não há provas" de que tenha havido fraude nas eleições iranianas e afirmou que pretende definir uma data para visitar o país no ano que vem. "Veja, o presidente [iraniano Mahmoud Ahmadinejad] teve uma votação de 61, 62%. É uma votação muito grande para a gente imaginar que possa ter havido fraude", disse Lula em entrevista coletiva.
"Eu não conheço ninguém, a não ser a oposição, que tenha discordado da eleição do Irã. Não tem número, não tem prova. Por enquanto, é apenas, sabe, uma coisa entre flamenguistas e vascaínos", afirmou o presidente.
Lula afirmou ainda que a polêmica em torno da reeleição de Ahmadinejad não muda os planos de visitas entre representantes dos dois países.

Reino Unido
O premiê do Reino Unido, Gordon Brown, adotou um discurso mais radical contra o Irã e fez um alerta nesta segunda-feira a Teerã de que sua resposta aos protestos da oposição afetará suas futuras relações com a comunidade internacional.
"A maneira como o governo responde aos protestos legítimos terá implicações na relação do Irã com o resto do mundo", disse Brown em uma declaração diante do Parlamento do Reino Unido.
Brown pediu ao Irã para que "faça frente às sérias dúvidas que recaíram sobre o desenvolvimento das eleições". "O Irã é uma nação independente que merece nosso respeito e o povo iraniano merece a democracia", acrescentou.
O líder da oposição no Reino Unido, o conservador David Cameron, concordou com o primeiro-ministro ao dizer que "necessitamos de respostas sobre o desenvolvimento dessas eleições iranianas".

França
O Ministério de Relações Exteriores da França convocou nesta segunda-feira o embaixador iraniano em Paris para que explique "os eventos no Irã" e tire "dúvidas sobre a regularidade da apuração" nas eleições presidenciais, informou um porta-voz da Chancelaria francesa.
"A França, como seus sócios na União Europeia, espera respostas claras a suas dúvidas sobre a regularidade da apuração", disse a fonte.
A diplomacia francesa disse esperar "que o embaixador forneça explicações claras sobre os eventos no Irã" e ouça as "preocupações" da França sobre o pleito, contestado por Mousavi, que pediu a anulação da apuração e uma nova votação.
"A França condena as várias detenções, principalmente de personalidades políticas", a repressão brutal as manifestações pacíficas e os vários atentados contra a liberdade de imprensa, de expressão e comunicação", acrescentou a fonte. Leia mais aqui

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