quarta-feira, 24 de junho de 2009

SAAE culpa a qualidade da tubulação utilizada nas residências da cidade pelos problemas; quer dizer, a culpa é da vítima

Leiam esse texto da prefeitura comento em outro post:
Grande parte da população de Sete Lagoas tem uma opinião formada sobre a qualidade da água oferecida no município. O assunto, inclusive, é alvo de muita polêmica. Os boatos em torno do tema já criaram mitos cada vez mais arraigados ao imaginário popular. Quem nunca ouviu o comentário de alguém que dizia que beber água da cidade pode contribuir para o aparecimento de cálculos renais? Ou que a água de Sete Lagoas faz mal para os cabelos? Diversas teorias permeiam o imaginário popular. Entretanto, é fundamental saber separar o que realmente faz sentido daquilo que não passa de puro senso comum. Para tanto é importante analisar profundamente alguns aspectos existentes.
Em Sete Lagoas, a captação da água é subterrânea. Na maioria dos casos, o bem é retirado de poços profundos, que chegam a até 100m de profundidade. Assim, o recurso já chega à superfície sem maiores contaminações, uma vez que passa por um processo de filtração natural do subsolo. Para atender as exigências da portaria do Ministério da Saúde e fornecer uma água de qualidade à população da cidade, o SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) realiza apenas um simples procedimento de cloração. “Algumas pessoas reclamam que a água de suas residências sai da torneira muito branca e dizem que é excesso de cloro. Isso é um equívoco. A coloração esbranquiçada é, na verdade, uma emulsão, fruto da pressão da água em contato com a substância utilizada para realizar sua desinfecção. Em poucos segundos, as bolhas se desfazem e a água volta ao tom normal. Além disso, o SAAE segue as exigências da portaria estabelecida pelo Ministério da Saúde e encontra-se dentro do padrão permitido pelo órgão, que varia de 0 a 2 PPM (partes por milhão). Em Sete Lagoas, a quantidade de cloro utilizada na água gira em torno de 0,3 a 0,5 PPM. Esta é uma quantidade razoável, bem aceita pelo usuário e suficiente para realizar a desinfecção da água que distribuímos”, afirma Tereza Cristina, bioquímica e gerente de controle de qualidade do SAAE. Para ela, um dos grandes problemas de Sete Lagoas é de origem natural, ou seja, relativo ao local em que a cidade está localizada. “Estamos situados em uma região cástica, onde o subsolo é rico em calcário e apresenta alto teor de carbonato de cálcio. Este é um dos nossos maiores problemas, pois o calcário tem a propriedade de se precipitar com o aumento da temperatura. Assim, com o aquecimento da água, o composto pode entupir chuveiros e causar outros pequenos importunos. Entretanto, vale ressaltar que Sete Lagoas possui um nível aceitável de calcário em sua água. O índice, que, segundo a portaria do Ministério da Saúde, pode variar de 0 a 500 PPM, encontra-se abaixo de 260 PPM na cidade”, emenda a bioquímica.
Para monitorar a qualidade da água fornecida à população, o órgão realiza análises periódicas no município. “Existe um roteiro pré-determinado, através do qual realizamos, diariamente, cerca de quinze análises, abrangendo bairros, redes de abastecimentos, sistemas e poços artesianos da cidade. Assim, a cada dia, analisamos o recurso de diferentes regiões”, conclui Tereza. Todos os meses, o SAAE realiza o equivalente a dez análises de poços do município. Nos meses de março e setembro, o órgão efetua a análise de todos os poços, sistemas e redes da cidade, seguindo a exigência da portaria do Ministério da Saúde. Além disso, o laboratório envia um relatório mensal de qualidade da água à Vigilância Sanitária e ao Vigiágua, órgão da Secretaria de Saúde local. Os relatórios são guardados e arquivados, e, no fim do ano, se transformam em um livro, que serve como fonte de informação e pesquisa para a população. Os estudos fornecem dados como nível de potabilidade e características da água fornecida a cada bairro (cor, turbidez; grau de atenuação de intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessar a água, cloração, pH; medida que indica se uma solução líquida é ácida).
O SAAE também possui um convênio com a Fundação Municipal de Ensino Profissionalizante (FUMEP), que prevê a realização de análises físico-químicas por profissionais e estudantes da Escola Técnica. “O processo serve para realizar análises de parâmetros como teor de ferro e manganês, teor de dureza da água e turbidez. O SAAE nos envia mensalmente amostras coletadas e a gente realiza os testes. Os laudos são enviados para a autarquia, que apresenta os resultados ao Ministério Público. Hoje, contamos com três professores e 14 estudantes que trabalham diretamente neste projeto em nosso laboratório. Além disso, o trabalho realizado na escola é desenvolvido a um baixo custo, gerando economia para o município”, afirma Marley Beatriz Lima, coordenadora do laboratório de Análise Ambiental da Escola Técnica.
Um dos grandes problemas detectados pelos profissionais do SAAE e da Escola Técnica é a qualidade da tubulação utilizada nas residências da cidade. “Quando identificamos algo, vamos ao local e coletamos a água novamente. Muitas vezes, há defeito no encanamento da própria residência. Isso é comum, pode acontecer dentro de nossa casa, porque não aconteceria em uma cidade do porte de Sete Lagoas? Então, é importante ressaltar que, caso necessário, a população deve repassar as informações aos órgãos competentes. Nem sempre o problema é de falta de tratamento ou de qualidade ruim da água. O importante é buscar maneiras de se fazer uma avaliação”, conclui Marley Beatriz.
Portanto, é fundamental que cada um faça a sua parte e verifique o sistema de encanamento de sua casa, além de manter a caixa d’água sempre limpa. Ações como estas podem não mudar a qualidade da água existente em nosso subsolo, entretanto são positivas e podem gerar muito mais saúde a toda a população de Sete Lagoas.

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