sexta-feira, 12 de junho de 2009

Empresa indicada por Paulo Rogério, irmão do prefeito, ganha licitação de forma muito estranha no valor 692 mil; Câmara fiscaliza e pode criar CPI

(Publicada originalmente: Quarta-feira, 10 de Junho de 2009, às 05:14)
O Humberto Marcondes, consultor do departamento de licitações e compras da prefeitura de Sete Lagoas, admitiu ontem na Câmara que a empresa (“Nova”) que ganhou a licitação de mais de meio milhão de reais para limpeza emergencial de lotes foi indicada por Paulo Rogério, irmão do prefeito. E segundo me disse em entrevista Caio Dutra, autor do requerimento que convocou Humberto para dar explicações sobre essa licitação, a empresa pertence ao pai e irmão do genro do prefeito, senhores Geraldo Tavares e Ricardo Tavares.

Entre as muitas coisas entranhas e obscuras dessa licitação e que merecem uma rigorosa investigação por parte da Câmara Municipal, estão: 1) o fato da empresa vencedora do certame ter sido criada um mês antes de acontecer à licitação; 2) as outras empresas que participaram do processo por Carta Convite, como admitiu Humberto, e também foram indicadas por Paulo Rogério, secretário de Obras e Infraestrutura, uma está situada em uma fazenda no distrito de Andiroba, município de Esmeraldas, e a outra numa residência no bairro Canaan; 3) segundo documento mostrado por Caio Dutra estas empresas não fazem parte do cadastro de licitações da prefeitura e a razão social das mesmas nada tem a haver com a atividade para a qual se proponham na licitação; 4) junta-se a esse rol de acontecimentos estranhos o afastamento pelo governo Maroca da Empreiteira Lopes, que tinha licitação ganha desde 2008 para prestar o serviço, mas foi alijada do processo.

Quanto a esse último ponto, ao ser perguntado porque deixou de chamar essa empresa Humberto Marcontes, veio com a justificativa que não poderia chamar essa empresa porque a prefeitura tinha débitos com a mesma. Ora, ora, desde quando isso pode ser um impedimento senhor Humberto? Mais: a própria empresa como disse uma pessoa dela presente a reunião desejava fazer o serviço. Ah, mas o senhor Humberto acabou admitindo que cada grupo que chega ao poder chama as empresas conhecidas. Sim, este senhor assumiu que o Maroca chegou para repetir o mesmo esquema praticado pelo velhos governos patrimonialistas que sempre teve a cidade. E ele está errado.

Um governo que propunha mudar o modus operante, como era a promessa pública de Maroca e que este escriba nunca se deixou levar, porque já conhecia natureza dessa gente, começaria alterando a velha prática da política para e com os amigos. Mas no caso ela esta sendo é aprofundada, agora é com os parentes. Mas volto ao ponto.

E retomo fazendo um justo reconhecimento ao vereador Caio Márcio Dutra Teixeira (PMDB - foto), pelo excepcional trabalho de fiscalização. Caio faz um trabalho exemplar nesta questão, algo que engrandece e justifica grandemente a existência do poder legislativo municipal. Me lembro bem ele nunca engoliu essa licitação, sempre a considerou muito suspeita. Me disse já algum tempo que pretendia tirá-la a limpo e está fazendo com muita competência. Afinal se esses fatos bastantes estranhos estão vindo a superfície é por causa seu trabalho minucioso de levantamento de dados e informações. Sim, Caio Dutra é oposição e é exatamente esse papel que a sociedade espera que ele cumpra junto com seu PMDB. Isso é democracia quem ganha governa; quem fica na oposição deve fiscalizar.

Ah, sim: não é hora de condenar ninguém ainda, mas como diz Caio que há algo no mínimo imoral nessa questão, ah isso há com certeza. Ainda voltarei a esse assunto com mais detalhes e complementações.

7 comentários:

Anônimo disse...

Maroca, o puro(?), baixou decreto de emergência para o combate a dengue. Isto permitiu que fosse feita licitação na modalidade de carta convite de emergência. O problema, ou o crime, é que neste caso só podem ser convidadas empresas que já possuem cadastro prévio na prefeitura, o que não foi o caso. Como se vê, a coisa foi bem pensada para utilizar o dinheiro público em beneficio da família. Indicada pelo irmão, a empresa do genro faturou. Depois ainda se dizem incompreendidos. Coitados de nós.

Anônimo disse...

Maroca, o puro(?), baixou decreto de emergência para o combate a dengue. Isto permitiu que fosse feita licitação na modalidade de carta convite de emergência. O problema, ou o crime, é que neste caso só podem ser convidadas empresas que já possuem cadastro prévio na prefeitura, o que não foi o caso. Como se vê, a coisa foi bem pensada para utilizar o dinheiro público em beneficio da família. Indicada pelo irmão, a empresa do genro faturou. Depois ainda se dizem incompreendidos. Coitados de nós.

E.C.S(G.M.C) disse...

ESSE O CARA! PARABÉNS PELA ATUAÇÃO CONTINUE ASSIM...

João Guilherme disse...

Esse Vereador não sabe nada de licitação - mal sabe fiscalizar que é o seu dever.
Assisti à reunião e achei deplorável e deselegante a forma como conduz a "inquisição" (assim está escrito no requerimento convocatório dele...)= ele pergunta mas não deixa ninguém responder, quer dar seu show sózinho.
Não sabem nada = emergencia é modalidade "Dispensa de Licitação". Seria bom ele aprender primeiro sobre licitação antes de convocar as pessoas.

Anônimo disse...

So falta a camara municipal levar a fundo esta irregularidade absurda da nova administração municipal, compromisso com o dinheiro publico não com o povo esse deveria ser o slogan da nova administração....

WMO disse...

agora quero ver se vai ser instaurado a CPI.

Anônimo disse...

AGORA QUERO VER SE VAI SER ABERTO UMA CPI PARA INVESTIGOR.