sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

DISCURSO DO GOVERNADOR ANTÔNIO ANASTASIA NO PALÁCIO DA LIBERDADE - SOLENIDADE COMEMORATIVA DE POSSE

(DATA ORIGINAL DA POSTAGEM 01/01/2011)
Da assessoria do governador:SEM REVISÃO

Mineiros,
Tomado pela emoção desta hora, em que ouço a voz viva da história impregnando, uma vez mais, este Palácio da Liberdade, dirijo-me a cada um dos nossos para reafirmar, publicamente, o meu compromisso com Minas e com a vida de cada um dos seus cidadãos.

Falo desta que é a verdadeira causa que tem nos movido pelo curso dos anos, por entre essas montanhas e vales;
Pelas ruas das nossas pequenas cidades;
Pelos Geraes que florescem dos campos secos e renovam a vida no Norte e nos Vales.

Pelos confins mais longínquos, tantos deles subjugados e esquecidos, onde finalmente chegamos pela primeira vez, oferecendo a insubstituível presença do Estado;

Refiro-me ao compromisso com aquela Minas que viceja na colheita dos verdadeiros oceanos de café ao sul;
Da que se estende pelas vastas planícies de grãos do Triângulo, que os olhos dos homens já não conseguem alcançar...
Da que labuta no chão das fábricas da Minas Central e Metropolitana.
Da que tange os rebanhos que se adensam pela Mata Mineira e suas Vertentes.
Falo da Minas que escorre pelo leito do Rio Doce e aflora nos vales do Aço.
Da Minas moderna e pujante das grandes cidades, que se ergue em meio aos complexos desafios da contemporaneidade.

De todas as Minas que convergem para a Minas fundamental, a qual diferentes gerações de homens e mulheres têm reverenciado e ajudado a construir.
Nossos compromissos – mineiros – estão, todos, voltados para ela e inflexionados no tempo presente, porque Minas é a nossa causa e ele é a nossa matéria.

Ainda assim – e de forma irreversível e irremediável – são compromissos lastreados nos princípios, nos valores e no legado daqueles que nos antecederam e souberam edificar sobre esta terra uma sociedade plural e única no País.
Honraremos um a um esses valores atemporais de Minas, fazendo-os autênticos faróis inclinados adiante, clareando o porvir.

As razões que nos tornaram os primeiros a sonhar com a liberdade e com a construção de uma Pátria em toda sua integridade e dimensão, aqui estão, mineiros, ainda hoje, entre nós, intactas e vivas.
São elas que nos inspiram a continuidade de um governo autônomo e libertador.

São elas que nos exigem mais que o pleno respeito aos deveres impostos a todos os que se submetem à vontade popular, como o pleno exercício da ética, o apreço à transparência e a observância dos valores republicanos no trato da coisa pública.
Elas nos demandam mais.

Nos exigem coragem no enfrentamento dos grandiosos problemas estruturais – quase todos nacionais – que aqui se adensam naturalmente, parte fundamental que somos da nossa própria continentalidade.

As razões de Minas nos cobram mais inconformismo, mais inquietação e ousadia, para continuarmos buscando saídas novas capazes de responder aos desafios que praticamente se eternizaram sob as expensas de um estado gigantesco, disforme e incapaz, tantas vezes leniente, desrespeitoso e distante da realidade dos cidadãos, o qual estamos reformando e transformamos nos últimos anos.

As razões de Minas não nos permitem descanso e trégua ou qualquer conivência com a imensa dívida social que se acumula à nossa porta e que nos imputa responsabilidade compartilhada para extirpar a miséria, a fome, a ignorância; o desemprego, a exploração e o crime; a injustiça e a desigualdade que nos submetem como organização social e amesquinham as prerrogativas do próprio estado.

Queremos governar com o espírito da libertação e da autonomia, considerando-os bens indissociáveis à verdadeira cidadania.

Porque em Minas, liberdade e autonomia não se constroem apenas com palavras.
Liberdade e autonomia são conquistas do trabalho que distribui as riquezas e democratiza os frutos do desenvolvimento.

A liberdade e a autonomia em Minas são as forças que alimentam a nossa crença inarredável na disseminação do conhecimento – tarefa que se espalha pelos novos centros de tecnologia e aprendizado, até às escolas mais modestas e simples do nosso imenso interior.

Liberdade e autonomia se traduzem de forma efetiva nos nossos compromissos com a garantia da vida, cujos fundamentos essenciais passam pelo direito ao digno atendimento à saúde e à segurança dos cidadãos.

Liberdade e autonomia são as nossas grandes bandeiras fincadas no topo dos nossos justos anseios por igualdade, que torna coletivo e solidário o combate permanente que travamos contra as desigualdades que ainda diferenciam os nossos irmãos e distanciam as nossas grandes regiões.
Acredito que não há, mineiros, tarefa maior que esta.
Nenhuma mais honrosa.

E sequer uma mais habilitadora dos ideais de futuro que sonhamos juntos um dia.

Por isso mesmo, ela é o nosso vértice, o nosso rumo, o nosso porto de chegada, para onde vamos convergir munidos das nossas melhores esperanças e nossa intensa vontade de servir e construir.

Os emblemáticos saldos de governo, deste longo período de transformações , não só referenciam os paradigmas da nova gestão pública brasileira, mas nos desafiam e desafiam Minas ainda mais a continuar avançando.

Porque assim são os governos: a cada grande passivo superado, outros, tantos ainda mais complexos, se colocam, demandando-nos ainda mais trabalho duro e determinado.

Sabemos que é impossível vencer em poucos anos, os mais de cinco séculos de haveres e distorções sobrepostos e incrustados na realidade, como nuances do nosso próprio processo civilizatório.

Não há outro caminho a ser seguindo senão o que escolhemos: o do trabalho.
Temos consciência de que, nesses anos, não fizemos tudo o que era preciso ser feito. Porque nenhum governo faz.

Fomos, no entanto, muito além das nossas próprias expectativas e aprendemos a fazer mais, fazendo juntos.

E tenho convicção que esta é, com certeza, a nossa mais preciosa lição e o principal legado do líder Aécio Neves.

E não tenho nenhuma dúvida: esta será a boa nova que ele levará consigo pelos novos caminhos que se abrem e responsabilidades que se adensam, agora no plano nacional.
Tenho consciência, mineiros, das minhas enormes responsabilidades.

As exercitarei, em plenitude, movido pelo grandioso aprendizado a mim imposto pelas diferentes gestões que tive a honra de participar e servir, muito especialmente esta, na qual fui honrado com importantes delegações e densas responsabilidades.

As exercitarei sem perder como referência a inovação e as exemplares experiências de sucesso que nos orgulham e que hoje se espalham por dezenas de outras gestões públicas no País, e motivam um emblemático reconhecimento internacional a Minas.

Exercitarei cada uma das minhas responsabilidades com os princípios éticos e os valores do servidor público que sou há quase 30 anos.

Neste já longo tempo, pude compreender e vivenciar, em toda sua dimensão e amplitude, os processos de governança, seus erros e acertos, seus problemas e seus desafios, mas também – e muito especialmente – os seus valorosos méritos, quando se tornam instrumentos de transformação da realidade e da vida das pessoas.

Consolidamos nossas crenças de que o alcance do desenvolvimento não é uma dádiva, mas luta incessante que nos reúne todos os dias.

Por isso, mais que nunca, seremos o Estado que ouve e dialoga;

O Estado que empreende e compartilha;

O Estado que educa , estimula e apóia;

O Estado que protege, mas não se submete, cioso de sua autonomia.

O Estado que assiste, mas também habilita;

O Estado onde direitos e deveres são os paradigmas da verdadeira democracia.

Esta é a arquitetura e a construção que estamos colocando de pé, ano após ano, incansavelmente, na trajetória que nos impusemos em busca do pleno desenvolvimento.

Não se trata apenas de uma nova gestão.

Mas de um novo modelo de Estado.

Um estado que não foge às suas responsabilidades;

Não se omite, na hora em que é convocado a enfrentar os problemas;

Não titubeia, na busca da equidade e da justiça;

Não se tergiversa, quando está em jogo o interesse público, coletivo.

E estas são as novas razões de Minas que acrescentamos ao precioso acervo de valores que mantém vivas as nossas crenças
E que nos guiam em direção ao nosso destino.

Mineiros,

Devo-lhes, falando agora com o coração e a alma, um sincero e emocionado agradecimento pelo voto de confiança que generosamente me deram, tendo o Vice-

Governador Alberto Pinto Coelho ao meu lado, renovando um mandato que, honrado, recebo agora, como a mais importante tarefa de toda a minha vida pública.
É neste alto patamar que procurarei honrá-lo e dignificá-lo todos os dias.

Quero que saibam que levo comigo, bem guardados, como força inspiradora do processo de governança, cada um dos sonhos e anseios dos milhares de mineiros que tive o privilégio de encontrar, ao percorrer nossas cidades, debater nossos problemas e renovar nossos compromissos.

Eles serão, para mim, autênticos marcos a serem alcançados no curso do tempo.
Vamos buscá-los com todas as nossas forças e as nossas melhores esperanças.
Mineiros,

Hoje, nesta Praça da Liberdade, Minas está mais viva do que nunca.
Podemos senti-la muitas vezes multiplicada, através da unidade perfeita que se dá entre passado, presente e futuro.

O futuro nos toca, simbolizado por estas crianças que estão ao nosso lado e que mais à frente nos sucederão com os seus sonhos e continuarão esta nossa mágica trajetória no tempo....

O passado se fez ouvir na voz forte e profunda de Tancredo, como aquele que, vigilante, guarda o nosso valor mais denso, a liberdade, e sempre nos sinaliza o caminho.

E o presente está aqui, representado por todos nós, e pela nossa disposição de honrar Minas.

Permitam-me saudar este sentimento de cada um dos mineiros, prestando nossa justa homenagem àquele que melhor corporifica hoje esta Minas atemporal e substantiva, sustentada pelos princípios que forjaram nosso caráter e nos fizeram assim, centro e síntese da nacionalidade - o ex-governador e líder dos mineiros, Aécio Neves.

Sabe ele que – seja onde estiver e a que missões for convocado - poderá contar, sempre, com a solidariedade de Minas e com o verdadeiro e entusiasmado apoio de sua gente, à sua pessoa e à sua trajetória.

Minhas últimas palavras neste ato solene, mineiros, pretendem traduzir o amplo sentido de entrega e dedicação que me toma nesta hora.

Entrego-lhes o meu amor por Minas.
E a ela e a suas causas estou pronto a dedicar o que há de melhor em mim.

E convoco-lhes:
É hora de seguir em frente!
Vamos escrever, juntos, as próximas páginas da nossa história.
Obrigado, Minas, muito obrigado!

Nenhum comentário: