sábado, 23 de janeiro de 2010

A política do requeijão

Cristiano Mariz FILA DA COXINHA
“Militantes” que ganharam transporte e lanche aguardam para entrar em evento com Dilma


Em Veja:
A campanha da ministra Dilma Rousseff ainda não empolgou a militância petista - ou o que ainda resta dela. Isso tem ficado evidente nos diversos eventos de que a ministra e o presidente Lula têm participado. Em Jenipapo, não se viam camisas vermelhas nem bandeiras com a estrela do PT. Os espectadores eram lavradores, empregadas domésticas, pedreiros, gente muito humilde, meio calada, atraída pela promessa de lanche no evento, como o lavrador Antônio Cesário, morador de Granjas, a cerca de duas horas do local da barragem, que decidiu comparecer à inauguração de olho na promessa que lhe fizeram os funcionários da prefeitura. “Pão e requeijão”, conta. “Em casa, só tem requeijão quando vai uma visita muito importante”, comentou. Depois de duas horas apertado em um ônibus superlotado, com mais de cinquenta pessoas, o lavrador diz ter tirado a sorte grande. Encontrou coisa muito melhor que pão com requeijão: 45 000 salgadinhos feitos por um dos bufês mais caros de Belo Horizonte. Tudo de graça.

O mesmo método de atração de militantes foi usado com mais eficiência no Maranhão uma semana antes, no lançamento da pedra fundamental da Refinaria Premium I da Petrobras, em Bacabeira, perto de São Luís. Cerca de trinta ônibus transportaram recrutas de vários pontos do estado. Funcionários públicos e estudantes de colégios estaduais foram liberados de suas obrigações para engrossar a claque de apoio à família Sarney, ao presidente Lula e, é claro, a Dilma Rousseff. Na porta do local onde será erguida a refinaria, cabos eleitorais esperavam os moradores dos grotões do estado com bandeiras de plástico que estampavam a frase: “Obrigado, presidente”. A maior evidência de que o quórum nas aparições da pré-campanha petista é artificial pode estar no fracasso da inauguração da escola técnica em Araçuaí, cidade vizinha a Jenipapo de Minas. A estrutura foi montada para comportar 7 000 pessoas, mas apenas 500 testemunharam Lula elogiar sua candidata. Lá, a máquina pública não participou da engrenagem para atrair “militantes”. Não houve o aluguel de ônibus, nem lanchinho, nem requeijão, nem refrigerante. Os poucos que compareceram tiveram de se contentar com um copo de água. Leia mais Aqui

2 comentários:

Breno Atamai disse...

Acredito que o povo de Jenipapo de Minas não vai se contentar ao lerem esta notícia no blog. O evento, de fato, era esperado por toda a população jenipapense.
Mas não! Em hipótese alguma o fato de terem servido alimento de graça durante o acontecimento, seria o objeto de atração ao público da localidade. Não existe no município indício de miséria nesse grau estipulado na matéria a ponto de o povo aproveitar-se da ocasião para saciar sua fome. São pessoas humildes sim, mas, o único motivo pela qual todos se deslocaram da maneira em que cita esta reportagem “mal informada” foi a presença do presidente desta nação – fato raro nessa região! Eu não sou simpatizante do presidente desta nação e muito menos desta corja de marmotas do “partido do marketing” (PT). Sou apenas um morador desta cidade humilhada por esse infeliz de pouco conhecimento, editor desta matéria.

Anônimo disse...

Indiferente à situação apresentada nesta "materia",o vale do Jequitinhonha em especial Jenipapo de Minas,não se trata de um lugar de pobreza e sim de um local desprovido de investimentos,que pode não ostentar riquezas financeiras nem chamar de pessoas como nossos governantes,mas dispõe se de uma riqueza cultural,que pessoas rudes como tal editor não possue