quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Do leitor: "Gostaria de perguntar e dar minha visão do problema em alguns tópicos breves:"

Leiam, comento depois:
1- Quais são os bairros mais afetados? Seriam eles negligenciados em face dos mais ricos, nos quais a população tem maior educação e "prestígio social"?
2- Qual seria a melhor solução para o problema? A interligação dos poços, a adução do Rio das Velhas (que pelo visto foi perdida) ou a redução das horas de funcionamento das bombas? Ou todas elas juntas? Acho que seria uma boa reportagem a caracterização real do problema com especialistas da área.
3- Colocar nos ombros da população o ônus de um problema para o qual ela não contribuiu é de um ridículo que beira a ignorância. Se querem evitar desperdício deviam realizar campanhas neste sentido, e não forçar o povo a pagar pelos pecadores.Espero que os comentários sejam de bom nível para a continuação do debate sobre esse problema.
Luiz Fernando

Um comentário:

Paulão.... disse...

Leo publica ai pra mim, esta é a unica solução para o Marcola acabar com a falta dágua..........

É so ele comprar esta invensão.

Aquela expressão "só faltou fazer chover" não se aplica ao engenheiro paulista Takeshi Imai. Há alguns anos, ele é parceiro de São Pedro, o senhor das chuvas na Região Sudeste do País, e de São José, o santo que traz chuvas para o Nordeste. Imai inventou um método que acelera a precipitação de chuvas sem uso de produtos químicos, apenas borrifando micropartículas de água na base das nuvens. A técnica é empregada na área dos Sistemas Cantareira e Alto Tietê da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsáveis pelo abastecimento de 14 milhões de pessoas.

Fabricante de máquinas agrícolas e inventor de engenhocas de todos os tipos, Imai começou suas pesquisas sobre chuva há 31 anos. Seu interesse era descobrir como a nuvem se forma, cresce, precipita e vira tempestade. Descobriu que a teoria da evaporação com origem no solo estava errada. "A teoria do calor latente está furada. Não vai formar nuvem. Essa energia vira vento". Então, o "Professor Pardal" tupiniquim resolveu aproveitar essa energia e criou a semeadura por gotas de tamanho controlado, que usa água potável, e não produtos químicos, como iodeto de prata ou cloreto de sódio, para estimular as nuvens em determinadas áreas. O trabalho utiliza um avião bimotor para fazer a semeadura dentro das nuvens cumulus congestus.

Nem todas as nuvens têm quantidade de gotículas de água suficiente para atingir um tamanho de gota que precipite. O processo de Imai borrifa micropartículas de água nas nuvens, que começam a se aglutinar e criam a gota com peso suficiente para compor a chuva e cair. Nas nuvens, segundo o engenheiro, a gota coletora faz o conjunto se precipitar. "A gota se forma quando a umidade chega a 101%." Essa microgota tem tamanho de 10 até 50 mícron. E a partir de 36 mícron, começa a existir a possibilidade de se grudar uma na outra e formar o pingo de chuva.

As gotas de tamanho controlado de Imai são induzidas a grudar uma na outra. Parece coisa de louco, mas é realidade. Dá certo. Desde janeiro, por sobre as Represas do Sistema Cantareira e Alto Tietê, sua equipe da Modclima - Modificação Consciente do Clima e Ambiente já fez 182 vôos. Em 142 deles foi possível semear as nuvens. E em 58 vôos houve chuva, incluindo na quinta-feira, quando a reportagem participou da ação na região de Bragança Paulista e Atibaia, sobre as Represas Jaguari e Jacareí.

"Mesmo nesse período do ano, quando as chuvas são mais constantes, a gente sente que pára de chover por vários dias. E com o avião, sistematicamente, quase todos os dias chove. Isso melhora o volume das represas", explicou Rodolfo Baroncelli, da Unidade de Negócios de Produção de Água da Sabesp. O maior sistema da companhia, o Cantareira, que atende quase 9 milhões de pessoas, é vital para evitar desabastecimento. "Há menos chuva na bacia (do Sistema Cantareira) e muito mais gente gastando água", afirmou.

A engenhoca criada por Imai é capaz de produzir e borrifar 8,8 bilhões de gotículas por litro d?água. São cerca de 60 gotículas por centímetro quadrado. Essa máquina fica presa na asa e na cauda do avião, que entra na nuvem e faz a semeadura. Essas gotas lançadas pelo avião são maiores e colidem com a menores, se aglutinam, crescem rapidamente e provocam a chuva. "Quando fui indicado para pilotar o avião, achei que era uma coisa de louco. Mas depois vi que realmente funciona, é sério", contou o comandante Alexandre Loureiro, que está com Imai há um ano.