terça-feira, 19 de maio de 2009

Ou Dilma Rousseff se rende a sua condição de ser humano ou morre politicamente tentando sustentar uma farsa

No dia 28 de abril escrevi:
Mas isso que estão fazendo e ela esta deixando que façam com o uso a doença pode ser um erro político grave. Observem que só o fato de se dizerem para opinião pública que ela mantém o mesmo ritmo de trabalho ou de campanha anterior já é algo anormal para um ser humano normal. Afinal, se resguardar um pouco quando se está doente é algo humano fundamental, o contrário já não é. Se ela não se dá nem a esse direito, ela está mais ou menos humana?

Ao contrário de humanizar a ministra como diziam os aliados que viam na sua doença uma oportunidade de torná-la mais palatável humanamente falando, a sua própria atitude, bem como a do governo, a está tornando menos humana. O jeito humano lidar com o problema seria ela se afastar, durante o tratamento do câncer, das funções de governo. Mas não, ela prefere fingir que está tudo normal e dizer que mantém o mesmo ritmo de trabalho quando isso não é verdade. É impossível física e psicologicamente para qualquer ser humano, como pretende passar a opinião pública ela e o governo, manter a rotina inalterada. Isso é tão ridículo quanto trágico, pessoal e politicamente acreditem.

Tal atitude transparece a todos o que o PT é capaz de fazer para tentar sustentar uma farsa. Uma farsa que esta recaída da paciente de câncer Dilma Rousseff acaba de jogar por terra. Isso que o governo e ela estão fazendo é digno, mesmo, de dó. É um mal exemplo político e pessoal de como não se deve agir. Onde está a transparência, a sinceridade e a honestidade que se deve, mesmo um petista, num momento como esse?

Se a pretensão é manter a ministra como o nome para encabeçar a chapa governista o tiro pode estar saindo pela culatra tanto com os aliados políticos quanto com o povo que não é bobo como supõe o governo e a enferma para acreditar que "a minha químio saiu muito bem, obrigada". Aliás, até o uso do termo "químio" transparece uma espécie de auto-ironia nefasta que só serve para revelar o equivoco estratégico que ao contrário de gerar empatia provoca repulsa pelo artificialismo. Ou será que alguém imagina que um doente sai de uma seção de quimioterapia dizendo: "Então, a minha químio saiu muito bem, obrigada".

A ministra Dilma Rousseff precisa, para seu bem pessoal e político, render a sua própria condição de ser humano ou sucumbir a uma farsa política que pode fazê-la vítima fatal de uma estratégia macabra. Se esta senhora ainda pretende sonhar com um futuro político ela tem que se recolher, imediatamente, como pessoa portadora de um mal que hoje tem cura, mas que pode provocar efeitos políticos-colaterais horríveis na política que não se desfaz do seu personagem, nem para enfrentar a dor humana de uma doença grave. Bem, mas para quem diz que mentiu mesmo sob tortura não se pode que dizer que ela não sustentaria uma farsa mesmo doente, não é? O problema é que agora o povo sabe de tudo.

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