terça-feira, 26 de maio de 2009

Sete Lagoas uma revolução em curso 1 - "Ambev chega em momento importante para diversificar riquezas de Sete Lagoas"


Por Edson Paredão, no Boca do Povo:
O anúncio do início das atividades da AmBev, que em Sete Lagoas recebe o nome de Filial Nova Minas, vem como se fosse um verdadeiro toque da varinha de condão de uma fada e pode estar anunciando novos tempos na diversificação econômica local e regional. A situação, constante e sempre em ciclos, que vive a principal riqueza da cidade até hoje que é o sistema de produção do gusa - que no meu entender representa em torno de 60 a 70% - nos deixa de tempos e em tempos com as calças nas mãos. Desta vez, a crise do gusa foi sem dúvida a maior já conhecida na história de Sete Lagoas, pois o enorme parque siderúrgico, composto por mais de 50 auto fornos, chegou a ficar com apenas dois em funcionamento. Isto gerou, sobremaneira, uma inquietação não só na economia local, através da renda que gira no comércio, mas também na própria Prefeitura, que tem suas receitas contabilizadas através da geração de impostos e sentiu na carne a queda drástica, provocando mais problemas, sem falar no desemprego gerado e que colocou na rua mais de 5 mil trabalhadores diretos. Agora, todos os setelagoanos sentiram o quanto é importante a diversificação de nossa economia e, por isso, devemos copiar municípios como Itaúna e Divinópolis, que nos idos de 1960 eram as duas principais cidades que se sustentavam através do seu parque guseiro. Sofrendo dos mesmos ciclos de baixas do mercado externo e interno, Divinópolis partiu para o mercado de confecções, entre outras atividades, e hoje é uma cidade que não tem mais o gusa como sua principal fonte de empregos, receita e riquezas.

Itaúna também mudou totalmente o seu perfil e Sete Lagoas acabou assumindo o comando principal da produção de gusa, com dezenas de fornos sendo construídos aqui, o que se transformou numa quase monoeconomia. Com a chegada da AmBev, juntamente com a Iveco Fiat na abertura de sua linha de veículos pesados, mais a Brennand Cimentos, podemos vislumbrar que o próximo ciclo negativo do gusa, que acontece de tempos em tempos, não deve nos atingir com tanta força quando chegar. E bom lembrar que, por sorte, bons ventos já começam a soprar a nosso favor e esta semana mesmo, conversando com o amigo Emane Geraldo Dias, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, ele confidenciou que possivelmente em junho, ou seja, daqui há 10 dias, já teremos no mínimo de seis a 10 auto fornos funcionando. Isso traz tranquilidade porque quanto mais tempo passasse sem a reativação dos fornos o risco de uma iminente crise, sem precedentes nas periferias, seria maior.

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