quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Um comentário bem desaforado; e a minha resposta a uma estudante de medicina

A "estudante de medicina do primeiro ano da UNIFESP - Escola Paulista de Medicina", Gisele, manda-me um cometário bem desaforado, ataca a mim e ao dep. federal José Aristodemo Pinotti (DEM). Ela esbraveja contra o artigo "PSF" do deputado que postei no blog e o comentário que fiz (se quiserem ler o artigo clique aqui). Respondo-a, seu texto está em vermelho eu vou de azul:
♥ Gisele ♥ disse...
Eu acho que o deputado foi muito infeliz em seu comentário. Isso mostra o quanto ele está ligado a números vazios.
Como assim infeliz em seu comentário? Qual é o problema em o deputado propor que o "Programa de Saúde da Família (PSF) precisa ser rediscutido com seriedade." As questões públicas no país não podem mais serem discutidas? Mais: como ele argumenta "a medicina é a ciência das verdades transitórias, pois os conhecimentos mudam constantemente. O sistema de saúde precisa ser reavaliado e transformado continuamente, com espírito crítico e pesquisa operacional(...)"
Eu, estudante de medicina do primeiro ano da UNIFESP - Escola Paulista de Medicina, através da iniciativa do Pró-Saúde pude vivenciar a atenção básica e o método de Saúde da Família, pelo pouco tempo que lá estive, posso dizer sem dúvida alguma que o deputado está menosprezando um trabalho muito rico e importante para a população de São Paulo.
Aonde é que a mocinha viu menosprezo no artigo do deputado? Não há menosprezo ao programa, o que faz e é muito bem-vinda é uma crítica a sua expansão "sem ter a sua estratégia radicalmente reformulada.."
Fiquei indignada ao ler esse texto tão cheio de erros conceituais sobre o PSF, quanto de desprezo pelo serviço. Sugiro a você e ao deputado que façam uma visita a uma UBS que tem o PSF pra que depois façam seus comentários preconceituosos e sem nexo.
O preconceito mocinha não é meu ou do deputado, mas seu. Preconceito contra se debater uma questão pública de interesse de quem paga a conta e/ou recebe o serviço, claro que depois que o petismo chegou ao poder não interessa mais o debate legitimo que leva a sociedade a fazer o controle do governo, não é?
Quando eu disse que o dep. José Aristodemo Pinotti (DEM) chama atenção da sociedade para a falsa solução que se tornou: o Programa de Saúde da Família. Multiplicado país a fora, de forma acrítica, por prefeitos que não querem enfrentar de verdade o problema de saúde. Eu estou falando de algo que conheço como vem funcionando em alguns lugares. Sei que o programa virou solução fácil no discurso de quem propõe soluções simplistas para problemas complexos que vão além da atenção básica. Mais do que isso Dr. Pinotti é até bem propositivo em seu texto:
"Não estou sugerindo que o PSF deva terminar. Ele precisa continuar, mas com transformações relevantes, como ocorre em alguns municípios brasileiros, aproveitando todos os preciosos recursos humanos e financeiros utilizados.
Para visitar as famílias, são suficientes os agentes de saúde, que, treinados, podem facilitar o uso do sistema e oferecer educação para a saúde e algumas ações de prevenção e detecção. O custo é baixíssimo, a eficiência é alta e a delegação é fundamental."
Já passou da hora de se desassociar a saúde à simples falta de uma doença, é essa a iniciativa do PSF. Ainda existem falhas a ser corrigidas, evidentemente, mas esse tipo de crítica destrutiva em nada ajuda, para mim trata-se apenas de uma estratégia política que visa construir hospitais e AMAs e se vangloriar desse método meramente assistencialista, funcionou em São Paulo, não funcionou?
Bem, moça, a população de São Paulo aprovou sim, afinal reelegeu o prefeito Kassab com mais 60% dos votos e foi, sobretudo, por ele ter feito hospitais e AMAs. Ou eu estou enganado e quem venceu a eleição foi a D. Marta?
Tantos outros sistemas não funcionam(e não vão funcionar nunca, como a aprovação automática nas escolas), por que ninguém reclama deles? Eles é que precisam ser mudadosMuito me admira que pessoas tão esclarecidas pré-julguem um sistema que tem tudo pra dar certo sem sequer saber em que ele se constitui.
Agora a moça quer que outros sistemas sejam discutidos. É velha tática tudo tem que ser debatido para não debater o que está em questão. Quer debater a aprovação automática? Pois que se debata. Porém, os debates não são excludentes. Pode sim discutir PSF e melhorá-lo como propõe o parlamentar e os outros assuntos também devem ser dicutidos. Mais: sobre sua acusação de que há pré-julgamento ela tenta novamente inverter as coisas, dizendo que há um pré-julgamento. Bem pré-jugamento e préconceito, repito, moça, não é meu nem do autor do artigo, mas de quem quer estabelecer que não se pode debater algo afim de torná-lo melhor. Sobre seu argumento de que não sabemos o que é o sistema e do que ele se constitui, como é você pode afirmar isso, você por acaso me conhece? Quanto a mim é justificável sua ignorância, mas quanto ao Dr. JOSÉ ARISTODEMO PINOTTI, professor emérito da USP e da Unicamp e membro da Academia Nacional de Medicina. Que foi secretário de Ensino Superior (governo Serra), da Saúde (governo Quércia) e da Educação (governo Montoro) do Estado de São Paulo, reitor da Unicamp e presidente da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia. É mesmo muita ignorância sua, quanto a mim é pré-conceito, se é que você consegue me comprender.

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