terça-feira, 30 de dezembro de 2008

IGP-M tem deflação de 0,13% em dezembro

Por Márcia De Chiara, Estadão:
A inflação deixa de ser o foco de preocupação do cenário econômico traçado para 2009 e abre espaço para a queda da taxa básica de juros já no início do ano que vem, segundo apontam os resultados do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Neste mês, o IGP-M registrou deflação 0,13% , num raro movimento de queda do indicador em dezembro. O resultado surpreendeu a maioria dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que projetava estabilidade. No ano, o indicador acumulou alta de 9,81%, a maior marca desde 2004 (12,41%).
Apesar de o IGP-M acumulado em 12 meses até dezembro ser o maior em quatro anos, o resultado de 2008 ficou abaixo do previsto ao longo do ano. Em julho, o IGP-M acumulado em 12 meses atingiu o pico de 15,12%, puxado pela disparada dos preços das commodities. E foram exatamente as commodities, que recuaram 45% em dólar desde julho, que trouxeram a inflação acumulada neste ano para um nível inferior a 10% em dezembro, mesmo com uma desvalorização do real. "A desvalorização do câmbio foi suplantada pela queda das commodities", diz o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros.
Ele aponta dois cenários distintos para a inflação neste ano. O primeiro de descontrole, que predominou de janeiro a julho. Nas suas contas, a inflação média mensal do IGP-M para esse período foi de 1,76%, que projetaria um índice para 12 meses de 15,38%. Mas, a partir de agosto, com o recuo das cotações das commodities em razão retração da demanda mundial, a inflação média mensal medida pelo indicador desacelerou para 0,20%, o que sinalizaria um índice de 2,45% para os próximos 12 meses. Para Quadros, é o cenário de inflação mais baixa que deve prevalecer para 2009. "A inflação será responsável pela parte boa do noticiário econômico no ano que vem", prevê.

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