domingo, 28 de dezembro de 2008

“A influência de 2009 na sucessão de 2010”; ou seria, A tentativa de influência de Kennedy Alencar na sucessão de 2010

Os textos do colunista, Kennedy Alencar, deixam a nítida impressão de ser feitos sob encomendas. Suas “colunas” tentam sempre moldar um cenário político. Ele não faz uma análise opinativa, mas elabora teses que não se sustentam minimante quando postas sob uma análise histórica dos fatos. Isso quando o garoto não está mandando um recadinho, quase oficial, do presidente – quase, porque ele ainda não faz parte da folha de pagamento, como seu colega Franklin Martins, que atuava lá na Globo. Para ilustrar a ação do rapaz, peguei um produto que ele acabou de fabricar. Esse ele intitulou-o de “A influência de 2009 na sucessão de 2010”, mas pode ser chamado assim: A tentativa influência de Kennedy Alencar na sucessão de 2010.

As eleições esquentam mesmo no ano em que acontecem. Antes disso, são assunto mais da política e do jornalismo do que da população como um todo. Não deverá ser muito diferente em relação à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acontecerá daqui a um ano e dez meses, em outubro de 2010. Feita a ressalva óbvia, vale dizer que 2009 promete ser um ano bem importante para a definição do cenário sucessório.
Haverá movimentos decisivos que deverão ser tomados pelos postulantes à cadeira de Lula. No cenário tido como mais provável, espera-se uma eleição polarizada entre os candidatos do PSDB e do PT. Hoje, os favoritos para essas duas vagas são, respectivamente, o governador de São Paulo, José Serra, e a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Serra é o líder nas pesquisas sobre a sucessão. Dilma ganhou força em 2008, impondo-se ao PT como uma vontade de Lula e ponto final. No PSDB, Serra enfrenta um problema: o governador de Minas, Aécio Neves, quer mesmo ser candidato. Não está para brincadeira e não aceita ser vice do colega paulista.
Até aqui, ele diz coisas acreditáveis e obviedades, como reconhece. Dessa forma, tenta, não levantar suspeita sob o produto que quer vender.

Analisadas as pesquisas, Serra parece um fato consumado. Ele marcou 41 pontos percentuais no último levantamento do Datafolha, realizado no final de novembro. Mas a pesquisa não é ruim para Aécio. Entre o final de março e o final de novembro, ele deu um salto. Passou de 4% para 17% das intenções de voto. É sinal de que o mineiro, com taxa de conhecimento menor do que a de Serra, tem espaço para crescer.
Agora já da indicações do que está querendo: Aécio.

Argumenta-se que o PSDB não deve cometer o erro de 2006, quando lançou o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, candidato a presidente. Alckmin tinha menos da metade da intenção de voto de Serra, que, de acordo com essa tese, deveria ser o candidato. Ora, Serra não queria ser candidato. Teve medo de enfrentar Lula, que já se recuperara do escândalo do mensalão e liderava as pesquisas. Se quisesse, Serra teria sido candidato.
Olha como o moço começa a se revelar. “Alckmin tinha menos da metade da intenção de voto de Serra, que, de acordo com essa tese, deveria ser o candidato.” Por acaso, o Sr. Kennedy, conhece outra razão melhor do que ter mais que o dobro de intenção de votos que o colega, para ser o candidato? Acredite. Ele tem, vai defender abaixo. Sobre sua afirmação de que Serra não queria porque tinha medo de enfrentar Lula. É a mais pura má-fé desse sujeitinho que vive de dizer obviedades e atender demandas especiais. Serra não temia Lula. Faltou-lhe foi apoio do seu partido, porque antes como agora ele liderava as pesquisas, um detalhe que a memória seletiva do colunista o fez esquecer, não é? Ele queria ser o candidato sim, quem não queria eram seus adversários internos que tinham uma “tese” bastante original na época, diga-se que foi derrota na campanha. Mas... como sabem, essa gente perde eleição, mas não perde originalidade, como podem ver na nova tese que Aécio, digo, Kennedy Alencar nos apresenta a seguir.

Uma constatação enfraquece a tese de que lançar Aécio seria uma repetição da fracassada candidatura de Alckmin. É necessária uma obviedade: Aécio não é Alckmin. Tem mais peso político, maior representatividade. No mercado financeiro, por exemplo, tem mais admiradores do que Serra, visto como defensor de maior intervenção do Estado na economia. O mineiro tem boa penetração em amplos setores do centro político brasileiro. Enfim, é uma liderança importante e pela qual passará a sucessão.
Ta aí, Aécio já arrumou uma nova “tese”. E, claro, totalmente original. Aliás, essa já virou uma anti-tese daquela do Alckmin. Como explica o Sr. Alencar, “Uma constatação enfraquece a tese de que lançar Aécio seria uma repetição da fracassada candidatura de Alckmin”. E para seguir o seu malabarismo-argumentativo-vagabundo, Kennedy Alencar, tem de fazer nova ressalva de que está dizendo o óbvio, quando lembra que “Aécio não é Alckmin”. Huuummm... e essa conversa de que Aécio tem mais peso político não dá para engolir, não. Aécio acabou de sofrer uma derrota moral em Belo Horizonte, e só para recordar essa memória fraca de Alencar, em 2004 Alckmin saiu fortalecido com a vitória do seu partido na capital paulista. E mais: em Minas o PSDB decresceu nessa eleição municipal. Quer dizer, Aécio está comparativamente menor que o Alckmin de 2006, claro não o de 2008, não é?

Tem um argumento do colunista da Folha de São Paulo que é de fazer dó. Vejam só, ele escreve, depois do tsunami provocado pelo mercado financeiro, que ser queridinho do mercado financeiro é vantagem, hoje. Que, que isso, heim... Ser, como diz ele [que Serra é] “visto como defensor de maior intervenção do Estado na economia”, amiguinho, é que é vantagem, viu? E não precisa confiar em mim, confie no "FINANCIAL TIMES", que, em editorial essa semana escreveu: “Somos todos keynesianos, agora.” Ou seja, interventores.

Quanto a seu argumento que “O mineiro tem boa penetração em amplos setores do centro político brasileiro.” Acho que Alencar como sujeito bem informado e com bons contatos deveria saber se essa é mesmo a preferência por exemplo de DEM e PPS. Acho que ele se surpreenderia, mas quem disse que ele quer se surpreender, ? Quanto a seu último apelo em favor de Aécio de que “enfim, é uma liderança importante e pela qual passará a sucessão.” Se eu não me falha memória, eu já ouvi Aécio dizer fielmente essas palavras. Pó, cuidado amigo, assim tá virando Release da assessoria de imprensa do governador, uai!

Bem, meus amigos leitores, a tese de Kennedy Alencar em favor de Aécio não acabou ainda, só que a coisa tá tão, como digo, chata, que eu vou pedir para vocês clicarem aqui para lerem o resto e amanhã eu concluo, ok?
Ah, antes um PS.: Ele começou a sua tese pelo título “A influência de 2009 na sucessão de 2010”. Aécio ta mesmo querendo esquecer 2008. A tentativa toda é para zerar o jogo. Então vamos falar de 2009!!! É safadeza pura. E a mesma safadeza de tentar igualar quem tem 3 vezes menos intenções de votos a quem tem o triplo, com “teses” insustentáveis. Ele quer dirigir o foco para 2009, porque, afinal, 2008 o negócio não foi bom para seu... “admirado” amigo Aécio

2 comentários:

Anônimo disse...

Da licença, essas teses mirabolantes pró-Aécio são fruto da vontade petista de concorrer com um adversário menos forte que o Serra. PONTO FINAL

rá rá rá! sou otimista, eu não acredito que o PSDB fará o jogo dos seus adversários.

Mas se fizer! é o caso de perguntar: Sai baba?

Abraço

Anônimo disse...

Leonardo,

cuidado que a ditadura de Andrea Neves vai descobrir seu blog e te mandar calar a boca em?

Esses jornalistas comprados, são realmente uma piada!

Você mandou bem nessa Leo!

Como eu disse em um outro comentário acima desse, você é um cara muito bom e tem excelentes aspectos...

De vez em quando dá uns vacilos, mas, continua bom!

Um grande abraço!