domingo, 21 de dezembro de 2008

Lula e a bolha de popularidade

O crescimento brasileiro até o terceiro trimestre alcançou 6,8%. É muito? É. Para o padrão que o país cresceu nos últimos 20 anos é um número gigantesco; porém, comparando com o crescimento mundial é número modesto. E fica medíocre o crescimento considerando que o país levou 6 anos para aproximar-se, um pouco, do nível de expansão dos países emergentes. E olha leitor, se pegarmos a média de crescimento nestes 6 anos comparada com a dos países em desenvolvimento ficaremos com 1/3 em média do avanço destas economias.

O fato é que o nosso crescimento há muito tempo é medíocre. Acontece que a partir de 2003, 2004, o país poderia ter se expandido excepcionalmente pelas condições favoráveis da economia mundial e os ajustes internos que haviam sido feitos no período passado. Estávamos prontos para sair de um patamar medíocre de crescimento, para um nível de expansão chinesa. E porque não aconteceu esse progresso?

Faltou confiança no governo do PT; faltou um governo que tivesse a competência e a coragem de promover a mudança do modelo econômico; faltou um governo que preservasse a independência das agências reguladoras; faltou um governo que completasse as reformas estruturais que o Brasil necessita, para remover as barreiras que o impede de avançar com rapidez; faltou um governo tivesse uma visão de governar para sociedade e não para um partido.

Assim mesmo faltando tantas coisas, o Brasil conseguiu engatar uma terceira marcha e pegar o final da onda mundial de crescimento. Infelizmente mal pegamos a onda e ela estourou.

Bem, o fato é que o presidente atingiu uma marca histórica de aprovação pessoal: 84%. Para isso, o Brasil não viu nem quis saber das falcatruas do presidente; ignorou que o crescimento poderia ser muito mais dinâmico; deixou que a maquina fosse inchada pela militância; relevou a falta de uma agenda do governo. Isso aconteceu devido soma de alguns fatores: 1) tratamento mitológico que tem o Lula, por ser, ele, o ex-metalurgico do ABC paulista e imigrante nordestino; 2) o país estar acostumado a um nível medíocre de crescimento; 3) a sua capacidade de autopromoção; 4) ao assistencialismo do seu governo; 5) incompetência da oposição, que não fez o confronto político e de valores; e; controle dos sindicatos pelo governo.

Ocorre que a fartura ta acabando. Por enquanto as pessoas como informam as pesquisas, apenas sabem ou já ouviram falar sobre a crise. A situação vai mudar quando as pessoas pararem de ouvir e começar sentir a crise. Assim que essa situação mudar, e vai mudar. A bolha de popularidade que protege o Lula estoura.

Um comentário:

Anônimo disse...

Leonardo primeiramente parabéns pelo blog, depois da indicação do Reionaldo volta e meia dou uma passada por aqui. Sempre há assuntos interessantes e balanceados, com tempero mineiro. Na minha modesta opinião teremos um retrato real da marolinha após o carnaval.As grandes empresas fazem e aprovam seus planos de negócios para o ano seguinte durante outubro, ou seja, em 2008 os planos JÁ estavam aprovados quando estourou a crise. Nas multnacionais é feita a primeira revisão em abril,até mesmo para checar a taxa de câmbio, aí que o bicho pega e começam os cortes. Tomara que esteja errado, ao contrário dos puxa-sacos do presidente não torço pelo fracasso do Brasil, não sou masoquista, torço pelo fracasso do PT e desta gente desprezível que fagocita ao redor das estatais.