domingo, 30 de novembro de 2008

Educação, terceiro-mundismo e as engrenagens

O Congresso Nacional aprovou e virou Lei o piso salarial para professores de todo Brasil. Sem entrar no mérito dessa Lei, tratarei da questão da focalização da política de RH e da cultura de autodepreciação que vigora na educação. Em frente. Professores são fundamentais na educação? Sim. Mas, educação é feita pelo conjunto de seus profissionais que estão dentro, fora da sala de aula e, também, por quem não fica dentro da escola. Ou seja, quem formula o processo, implementa, gerencia também é peça fundamental dessa engrenagem. Em Minas, o governo aprovou o plano de carreira dos servidores da educação. Foi um passo importante.

Porém, parte dessa engrenagem, que é formada pelos profissionais das Superintendências Regionais de Ensino em Minas (as regionais distribuídas pelo estado), não têm tido a importância estratégica reconhecida com uma remuneração correspondente. Em conseqüência disso, essas equipes que têm a responsabilidade de dar suporte administrativo e pedagógico às escolas na implementação de políticas e projetos de governo, vive um crescente processo de insatisfação.

E a razão disso é que além de uma remuneração incompatível, outra fonte de desestímulo, relatam os profissionais da área, vem daquelas pessoas que deveriam oferecer incentivo. Quando se queixam da pouca valorização com pessoas da cúpula educacional do estado, costumam receber, acredite, como resposta coisas como: "ninguém fica rico na educação"; "quem está na educação tem que trabalhar por amor" e outras pérolas do gênero. Quer dizer, vigora ainda no meio educacional a cultura da autodepreciação.

Um dos grandes problemas que tem a educação em nosso país, está na manutenção de velhas máximas como essas. É seguramente uma forma de nivelar por baixo e expurgar do meio justamente aquelas pessoas que têm a ambição que pode mudar esse quadro. O Brasil necessita de grandes reformas, é sabido, mas poderíamos começar mudando a mentalidade terceiro-mundista, não? Quem sabe assim, eliminaríamos algumas barreiras mentais que impedem, por exemplo que profissionais sejam tratados como profissionais e não missionários de uma causa de amor.

3 comentários:

Anônimo disse...

"Exemplar" é o caso do RS em que a desgovernadora, despreparada, arrogante, fascista, cretinamente quer transformar "piso" em "teto".Espertamente, concedeu-se 147% de aumento...
Além disso, criou um "deficit zero" com anúncio feito com pompa e circunstância a seus patrões, os empresários. O milagre consistiu em cortar as verbas da educação, saúde e segurança previstas na constituição do estado.

Anônimo disse...

Ih, Leonardo: querias dizer "mundismo"?
Não interessa: acertaste com o mudismo, pois é a essa condição que está atrelada a educação no RS, cuja secretária, incivil, trata a todos como vassalos que lhe devem cega aprovação. A criatura é apenas uma doente e é passageira; lamenta-se pelo processo incivilizatório que a gestão está impondo ao RS.

Anônimo disse...

É... os profissionais que atuam nas Superintendências de Ensino estão mesmo insatisfeitos com o o governador Aécio. Temos visto várias manifestações na mídia das SRE de Uberlândia, Juiz de Fora, Metropolitana A,B e C e até em Sete Lagoas. Sabe-se que vários comunicados já foram enviados para os deputados,senadores e até para o então presidente da república.É uma propaganda bastante enganosa. O nosso governador diz que a educaçãoe está de vento em polpa. Muita acoisa pode ter melhorado, mas os servidores já estão cansados de se sacrificarem. É preciso mais recurso humano e salários melhores para aqueles que exercem uma função estratégica...