terça-feira, 12 de julho de 2011

“Marina foi autoritária”, diz presidente do PV

Por Roldão Arruda, no Estadão:
Com a saída da ex-senadora Marina Silva, o PV já começa a se articular para a eleição municipal de 2012. Em entrevista ao Estado, o presidente da legenda, deputado José Luiz Penna (SP), enfatizou ontem que vai reforçar a aliança política dos verdes com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab - que deixou o DEM para montar um novo partido, o PSD. Conta com o apoio dele para lançar como candidato a prefeito da capital o atual secretário do Meio Ambiente, Eduardo Jorge (PV-SP). No Rio, o candidato citado por ele é Fernando Gabeira.
No encontro, Penna mostrou-se aliviado com o fim da polêmica, que se prolongou durante quatro meses, com Marina e o grupo político que a acompanha: “Foi um período muito dolorido. Nós precisávamos de um desfecho. Não dá para querer transformar uma dificuldade interna numa agenda política para o País, como tentaram fazer. O que interessa são os postulados que estamos defendendo e que fazem com que a sociedade caminhe cada vez mais a nosso favor. A quantidade de pessoas que nos procura, com intenção de disputar eleições, é enorme”.
Sobre as críticas que vinha recebendo de Marina, de que o PV está engessado numa estrutura de comando verticalizada e autoritária e que é graças a isso que Penna se mantém no cargo de presidente há 12 anos, ele respondeu: “Não mando nem em minha casa. Sou apenas porta-voz do partido. Os conservadores têm dificuldades para nos codificar, devido à nossa experiência original de direção coletiva, horizontal. O grupo político de Marina não digeriu bem isso. Por mais que eu dissesse que precisava consultar o coletivo antes de tomar decisões, eles não levavam em consideração. Traziam propostas autoritárias de afastamento de pessoas que não iam bem. Ora, se uma pessoa segura o partido em determinada região do País há 20 anos, eu preciso sentar e dialogar com ele. Não dá para tratorar o PV”.
A Executiva nacional do partido deve se reunir logo após o recesso parlamentar, no início de agosto. Um dos principais assuntos da pauta, segundo Penna, deverá ser a relação com dissidentes que, embora endossem as ideias de Marina e participem do movimento que ela está criando, vão continuar filiados ao PV. O caso mais emblemático é o do deputado federal e fundador da legenda, Alfredo Sirkis (RJ), que se mantém na legenda para não correr o risco de perder o mandato.
“Essa questão é a nossa maior dificuldade no momento”, disse Penna. “Aceitar o proposta do Alfredo, de ficar no partido enquanto tiver mandato, porque não tem para onde ir, é aceitar o papel de barriga de aluguel. O Alfredo é um parceiro histórico, não é alguém de passagem pelo partido, mas devemos conversar. O PV não quer ser barriga de aluguel para ninguém.” Aqui

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