terça-feira, 25 de outubro de 2011

INFORME PUBLICITÁRIO?

A Revista Veja em uma matéria do final de semana caracterizou Sete Lagoas como uma cidade de sítios e chácaras com robustez econômica. A parte risível é o "cenário bucólico", designando o município como interior rural de paisagem campestre - natureza - com um conjunto de industrias de ferro-gusa, que perde espaço, na atualidade, para empresas de bens de consumo de ponta - veículos e bebidas. A parte interessante da matéria é a revelação para mais pessoas no Brasil do avanço econômico apesar do governo Maroca e não por causa dele, como já registrado aqui este fenômeno.

Ao mesmo tempo em que a matéria alcança o quixotesco na descrição da paisagem "bucólica" é omissa ao deixar de revelar o caos geral da cidade, que não tem infraestrutura em geral, a água NÃO é tratada, não há leitos para internação e as pessoas ficam internadas na corredor do hospital adaptado de uma antiga escola - apesar do dinheiro disponível para construção de um novo hospital público (o Regional), que o prefeito resiste em construí-lo por conta evitar a concorrência para o hospital de origem familiar sua.

Aliás, o especial jornalístico quanto a cidade de Sete Lagoas tá parecendo mais um "Informe Publicitário" feito pelo prefeito Maroca que sonha com a sua era "bucólica" de volta. E a propósito quando a Veja diz que o município "abriga casas de veraneio dos ricos de Belo Horizonte, que viajam apenas 70 quilômetros para desfrutar os sítios e chácaras situados às margens dos seus lagos", me veio a mente o secretário de planejamento do Maroca, Sr. Flávio de Castro, que vem de BH "trabalhar" na cidade.

A contradição fica por conta de que a revista afirma que o “acesso universal aos serviços de água tratada, luz, saneamento básico e coleta de esgoto é imprescindível”, mas ignora as mazelas do município para afirmar que “o futuro já chegou”. Sinto muito, mas aqui em Sete Lagoas o passado é que prospera, no que diz respeito a qualidade de vida. Pó assim, a Veja acaba fazendo a festas dos comunistas travestidos, na maior parte das vezes de imprensa. Mas sigamos para encerrar.
Finalizo. Quanto aos dados econômicos como renda per capita de R$ 18.000, 00 muito questionada se é isso mesmo, creio que os dados estão certos – também gostei do tratamento da AmBev e Iveco como grandes locomotivas. Ah, sim: e quanto a pujança econômica, sobretudo, a diversificação também não tenho reparos a reportagem, só preciso lembrar que Sete Lagoas cresce a apesar da administração Maroca e não por causa dela como disse no poste segue seu texto em azul:
Sete Lagoas está recebendo investimentos privados de diversas áreas que já estavam programados como Iveco, supermercado Bretas, os Shoppings. Na área estatal, a Arena do Jacaré receberá recursos do governo do Estado; o PAC Urbanização tem a promessa do remanejamento dos moradores do Kwait e construção de novas casas. No saneamento tem alguns poucos recursos que estão sendo investidos nos interceptores de esgotos, e agora, falam de um investimento do PAC Água que interligaria o sistema de abastecimento de água.

Entre estes investimentos quais foram resultados da ação da atual administração? Arena do Jacaré com investimentos da ordem de R$ 8, 6 milhões, porque até o prometido PAC Água é saldo restante do trabalho da administração anterior. Ah, sim: e apesar de muito propalado apostaria que o investimento se vir será a conta gotas no ritmo e na forma petista de fazer as coisas: muita propaganda no lançamento do suposto recurso e atraso geral na liberação das verbas. E já tem vereador aí já comemorando feito bobo.

Todos esses investimentos são, acredite, mínimos perto das necessidades e, sobretudo, perto do potencial da cidade, localizada no centro de minas. É uma pena mesmo nesse momento fantástico para Minas Gerais, Sete Lagoas tenha uma administração tão pouco ambiciosa, como deixou claro a acomodação com os investimentos já previstos o prefeito em sua entrevista ao completar cem dias. A verdade é que Sete Lagoas pode muito mais. Vamos a algumas características que mostram isso.

O município de Sete Lagoas, amigos leitores, tem a melhor localização hoje dentro do estado para se desenvolver, está no centro de Minas, que por sua vez é a região do estado mais dinâmica hoje. Em razão da opção estratégica do governo Aécio Neves de investir no "Vetor Norte", com a Linha Verde, Cidade Administrativa, a revitalização e centralização de voos no Aeroporto de Confins. Quanto a cidade as suas características naturais favorecem o crescimento. Vejamos.
Continuação
Pra começo de conversa área de Sete Lagoas é enorme, maior que Belo Horizonte. Enquanto a capital tem uma área territorial (Km²) de 331; a cidade do centro de minas tem 537 (Km²). E mais: o terreno de Sete Lagoas é plano, a mão de obra tem boa escolaridade, a logística é a melhor que há, entre outros fatores, que convergem para alavancagem. Tem gargalos? Sim, o Saneamento, mas por inacreditável que possa parecer ele pode ser convertido em desenvolvimento, tornando com uma boa concessão uma fonte de grande investimento (cerca de R$ 200 milhões) e geração de milhares de empregos período de 3 a 5 anos o tempo que levaria para construir a infraestrutura.

E é aí que começamos a ver que administração Maroca trava a cidade, ao invés de estarmos explorando essa possibilidade e fazer a maior obra de Sete Lagoas, estamos perdendo tempo em "tentar recuperar o SAAE". O que não significa fazer a necessária infraestrutura da cidade. Assim, além de não receber esse recurso impedimos que outros venham porque descobrem que Sete Lagoas não tem água e é irresponsável ambientalmente porque não trata o esgoto, e faz a população adoecer. E o Governo Maroca resiste em reconhecer que Sete Lagoas não tem condições de fazer o investimento, assim fica parado. Mas tem outras ações que também faltam.

O que falta? Uma ação ostensiva de captação de novos investimentos, impulso ao empreendedor local e investimento muito maior na formação tecnológica.

O problema é que eles não querem crescer e limitam, sim, ao máximo que conseguem o progresso da cidade. Paulo Rogério, irmão do prefeito e secretário, disse que uma das razões de Sete Lagoas não deixar a implantação do Empreendimento Terra Nova do grupo Rodobens na cidade, é porque a cidade não conseguiria comprar todos os imóveis, dessa forma, eles teriam que atrair mais pessoas para a cidade - vou publicar, mais tarde, essa parte da sua entrevista a mim -, uma grande bobagem, porque Sete Lagoas tem déficit habitacional e além do mais Sete Lagoas precisará de mais gente para continuar crescendo. E é possível atrair pessoas, e isso ser bom para a cidade.

Assim, Sete Lagoas só não se desenvolve mais devido a resistência da Administração Maroca em deixar a cidade crescer, o que pode ser feito de forma muito saudável.
(Data original da postagem segunda-feira, 30 de agosto de 2010)

Um comentário:

Anônimo disse...

Não li a matéria da Revista Veja,
mas todos comentam que Sete Lagoas está "crescendo". Concordo em número, genêro e grau. "CRESCENDO"
Crescer é diferente de "DESENVOLVER". Desenvolver é com planejamento, estrutura etc. Uma cidade que falta água, esgoto estourado em várias ruas, buracos, violência, saúde e outros. Vamos ver até onde vai este "crescimento". Acredito q/ dinheiro tem, ou melhor arrecadação. Falta vontade política, visão admnistrativa e pensar grande.