domingo, 16 de março de 2008

A população reage a falta de alternativa: usa o silêncio!

Da Veja on-line. Eleição no Irã. Volto depois:
Sem escolhas, população ignora pedido do governo.

No início da semana, o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pediu à população que votasse em massa nas eleições desta sexta-feira. Para as autoridades locais, seria uma forma de mostrar aos Estados Unidos e outros adversários no exterior que o sistema político do país tem aprovação popular. Na manhã desta sexta, essa intenção foi frustrada. A eleição foi ignorada por boa parte da população -- afinal, o pleito não oferece reais possibilidades de mudança.

Os poucos eleitores que decidiram comparecer às urnas tinham poucas opções na hora de votar. As autoridades religiosas iranianas barraram a participação de quase toda a oposição -- poucos reformistas foram autorizados a concorrer. A escolha, portanto, era entre diferentes grupos de conservadores, sem grandes diferenças entre eles. No total, cerca de 1.700 candidatos foram impedidos de concorrer pelo Conselho dos Guardiães, formado por clérigos muçulmanos e juristas.

Voltei.
O acontecimento parece bem distante, não? E vá lá, é mesmo. Uma cultura bem diferente da nossa, mais fechada, autoritária e... o eleitor, ainda assim, reagiu com a única arma que lhe restava: virar as costas para o teatro que lhe pediam para legitimar. E você eleitor sete-lagoano o que faria, caso as opções também fossem, como diz o texto: "(...) entre diferentes grupos de conservadores, sem grandes diferenças entre eles."

"Bem Leonardo, mas, isso pode acontecer em Sete Lagoas?" Sim! No essencial sim. Analisemos a "alternativa" que quase venceu a eleição passada. Ela representa uma renovação de mentalidade? Não, ao contrário. Representa sim, um passado tradicional, saudosista. A força desta opção, que poderíamos chamar, como direi, de vanguarda do atraso, está justamente em, ela, representar o resgate da velha estabilidade política. Condição perdida pelas últimas administrações, onde reinou o populismo e outras práticas do género. Quer dizer, a população frustrada com as últimas apostas feitas justamente para tentar romper com a velho elitismo, se vê obrigada a dar um passo a traz.

Ou seja, a renovação não ocorre no essencial. O problema de gente saudosista é, que querem recuperar um passado. Não dá para resolver os desafios contemporâneos com uma visão tenta resgatar “o velho e bom passado”. Um dos grandes problemas de gente com essa visão é que elas olham a cidade que já tiveram e querem que seja como antes, ignorando que isso é impossível. Dessa forma se cria um verdadeiro aparthait, com a volta do privilegio para quem pertence a velha casta social. Aí se terá um verdadeiro conflito social e a revitalização dos neos-populistas.

Neste caso seria ter que escolher entre, o que está aí e o que já esteve aí. E qual é a diferença? Como já disse, no que importa não muda quase nada. Quer uma evidência? A questão do saneamento. Quem está aí quer o SAAE como instrumento político; quem já esteve, quer o SAAE como um património histórico. (Ah, então você discrimina o SAAE? Não, eu gostaria é que o SAAE fosse como o "DEMAE - Departamento de Água e Esgoto, de Possos de Caldas, profissionalizado. Lá a Estação de Tratamento de Água - ETA - foi construída em 1943, aqui não temos nenhuma até hoje. Quem sabe se os antigos governantes fossem mais responsáveis e competentes, hoje nossa autarquia não daria conta, pelo menos, de fazer o básico. Infelizmente, meus caros, não é a realidade, cedo ou tarde todos terão que aceitar tal fato). E o cidadão-consumidor, a quem de fato deveria ser o foco da ação - do resultado das políticas -, não é lembrado nem por um grupo nem por outro.

Bem, mas dá para construir uma alternativa diferente destas daí? Eu creio que sim. É possível construir uma alternativa onde o foco seja o cidadão. Uma alternativa que não apele nem ao humanismo barato - populismo-clientelista, nem a velhas tradições ultrapassadas - não valores, estes sim, devem ser restaurados e preservados.

"E como se faz?" Com diálogo franco. Visão de futuro clara e compartilhada com toda sociedade, onde na conversa transparente todos fazem escolhas, as vezes difíceis, mas decidem e assim pagam o preço de construir um novo futuro. É por isso que nós que temos clareza de que as opções acima não são as únicas, temos a obrigação de "brigar" para construir uma nova e real alternativa. Eu creio que Sete Lagaos pode ser uma cidade moderna, como é cada vez mais Divinópolis, Montes Claros, Nova Lima... Acredito também que a eleição é uma oportunidade de se fazer o debate autêntico, transformador e pedagógico. É por isso, que luto para que meu partido, o Democratas, ofereça uma nova alternativa para a Cidade. Todos estamos fartos de saber que Sete Lagoas tem grade potencial, o que falta é realizá-lo. Para isso temos que romper com o esse ciclo vicioso - a "Velha Cultura"(veja post abaixo com esse título).

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabens. Até que enfim alguem com visão da realidade.