sábado, 28 de fevereiro de 2009

Gestão de Márcio Lacerda ainda está sob desconfiança, mas ainda assim é um indício do fim do petismo na capital

Amigos esta é uma contribuição do jovem, Ailton do Vale (foto), estudante de jornalismo no Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH). Ele escreve este texto especialmente para o blog, falando da sua visão sobre o começo da gestão, Marcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte. Ah, o texto de Ailton vale a pena ser apreciado, porém, certamente o leitor não petralha - é, eles vivem por aqui vigiando o blog - vai discordar dele, quando faz a seguinte resalva, no e-mail que me escreve: "Fique à vontade para editar o texto se julgar necessário, às vezes pego pesado quando tenho que tocar em assuntos relacionados ao petismo..." Que isso amigo, você pegou até levinho com a canalha.
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Já se foram praticamente dois meses da nova gestão política na capital mineira sob os cuidados do prefeito Márcio Lacerda. Algumas mudanças de fato ocorreram, todas, um tanto quanto inusitadas, para não dizermos que fazem alusão a um populismo meio careta. Podemos citar, por exemplo, sua modesta visita a uma periferia local, logo após ser efetivado em seu cargo, tomando um caminho avesso ao comportamento de outros políticos. Pena que foi apenas para tomar uma xícara do bom café mineiro e comer pão de queijo, porque a tão prometida construção do Hospital Metropolitano na região do Barreiro, ao que parece, não sairá do papel ou ainda melhor, não passará apenas de “propaganda” eleitoral.

Ao que tudo indica, o socialista quer consolidar uma nova imagem para a administração de Belo Horizonte. Quer ser o zelador do povo, se identificar com a massa e equilibrar as forças políticas - apagando o velho jogo de interesses que tomam conta dos gestores sejam eles vereadores ou secretários de governo. Pretende realizar tudo aquilo que os petistas não fizeram em seus dezesseis anos de mandato. Mas, não é bem assim que as coisas funcionam na prática. Como gerir algo diferente, se a base executiva continua praticamente a mesma? Tudo bem, todos sabemos que se houver um líder de qualidade à frente das idéias, as demais peças tendem a caminhar para um objetivo em comum. Porém, o que dizer se essas peças estiverem manjadas no governo e ainda ousarem a pregar falação, insinuando perda de espaço na atual administração? É o que aconteceu com o ex-prefeito Fernando Pimentel quando “chorou” à imprensa mais cargos para seu partido alegando que o PSDB tomou a maioria das cadeiras. Márcio se limitou a ironizar a atitude, dizendo que não conhece nenhum dirigente petista do primeiro escalão desempregado.

Ora, mas a ingenuidade dos esquerdistas de plantão diz que segundo a base da DEMOcracia - com ênfase no demo, mesmo (!), pois eles consideram que este principio é coisa do mal e coisa e tal, no fundo odeiam essa palavra, só a usam para deitar argumentação indecorosa – todo governo deve ter igualdade de representação. Até aí tudo certo, mas o que querem de fato é nos fazer esquecer que essas escolhas são feitas de maneira verdadeiramente democráticas e não por meios escusos como o assistencialismo, tão comuns pelas bandas de lá. Se o atual prefeito, compor suas secretarias escolhendo aliados de sua confiança, que mal há? Ele foi eleito para isso. Deve montar sua base de acordo com o que julgar melhor. O que move a indignação petista é a sua ânsia para não perder o controle da estrutura governista. Querem sempre comandar tudo.

O bom eleitor, até hoje não engoliu a união cunhada pelo governador Aécio Neves junto ao agora, desiludido, Pimentel, para criar a aliança entre PSDB e PT. Eles conseguiram a vitória no fim, mas ficou aquela sensação de que o voto em Márcio foi mais para não permitir a vitória de Leonardo Quintão, o filho abastado do PMDB. Agora, Márcio Lacerda terá que prestar contas para o cidadão belo-horizontino que está enfastiado com a corja do petismo e suas demais variantes. Necessita ser firme e como autoridade exemplar, cumprir suas promessas e mostrar ao povo que Aécio não o apadrinhou por engano.

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