domingo, 8 de junho de 2008

Executiva nacional do Democratas quer expulsar vice-governador do RS do partido

Do G1:
Senador Heráclito Fortes (DEM-PI) diz que 'crime não se combate com crime'.Feijó divulgou gravação com ex-secretário de Yeda sobre financiamento com verba pública.

O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que é membro da executiva nacional, disse neste domingo (8) que vai pedir na quarta-feira (11) a expulsão do vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó (DEM), do partido.

"Vou propor a expulsão dele do partido porque crime não se combate com crime. Se ele tinha informação de algum erro, que tomasse providências legais para combatê-lo e corrigir o problema. Se denunciamos grampo, escuta ilegal, dossiê, não podemos concordar com isto", disse Heráclito.

Na sexta-feira (6), Feijó divulgou uma conversa de 20 minutos que teve no dia 26 de maio com o chefe da Casa Civil Cézar Busatto, no qual foram tratadas questões polêmicas. Entre elas, o financiamento de partidos políticos por órgãos públicos como o Detran e Daer, a CPI do Banrisul e a relação entre a governadora Yeda Crusius (PSDB) e seu vice.

No sábado (7), a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), anunciou que aceitou os pedidos de demissão do chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, do secretário-geral de Governo, Delson Martini, do chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante, e do comandante-geral da Brigada Militar (BM), coronel Nilson Bueno.

O dialogo foi gravado pelo próprio vice-governador e divulgado pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Fabiano Pereira (PT). Como o áudio é de difícil compreensão o deputado fez a leitura de transcrição da conversa. "Todos os governadores só chegaram aí com fontes de financiamento, ou do Detran ou do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer)", teria dito Busatto, de acordo com a transcrição.

"Gravações são instrumentos inaceitáveis para nós, apesar de sabermos que, infelizmente, o governo federal faz uso deles", diz o presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ).

"São métodos típicos do estado policialesco que condenamos e não vamos compactuar com isto", diz em resposta a cobranças do PSDB da governadora Yeda Crusius. O episódio de delação pública do vice da governadora tucana provocou abalo na parceria nacional entre o DEM e o PSDB.

O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), que também participa da executiva nacional, concorda. "O que está acontecendo em setores da administração do Rio Grande do Sul não é bom, mas não se combate nenhum tipo de irregularidade nem se constrói um partido com base no grampo, na traição e na delação."

Maia e Aleluia insistem na tese de que não se combate um crime praticando outro crime, e argumentam que Feijó tinha muitas alternativas e instâncias para levar as suspeitas ou provas de corrupção dentro do governo.

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