sexta-feira, 18 de julho de 2014

ENTREVISTA PIMENTA DA VEIGA AO JORNAL O TEMPO 18/07/2014 ELEIÇÕES 2014


Pimenta da Veiga

Candidato ao Governo de Minas (PSDB)

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PUBLICADO EM 18/07/14 - 03h00
“É sempre bom uma administração mais enxuta. Quanto mais enxuta, mais eficiente é. Vou declarar guerra à burocracia. Tudo que puder ser reduzido na presença, na exigência de certidões e de medidas que o cidadão deva tomar, nós faremos.”
 

Qual a prioridade número 1 do seu governo?
Primeiro, vamos concluir tudo que foi iniciado. Nenhuma obra nem serviço serão interrompidos. Segundo, nós vamos aprofundar todo o esforço que é feito em saúde, segurança, educação e infraestrutura. Terceiro, vamos ter uma concentração de esforços nas áreas de educação e infraestrutura. Estamos estudando um grande eixo rodoviário ligando o Sul ao Norte, uma autopista. Na educação, vamos levar o ensino integral a todas as escolas de Minas. Vamos criar um centro de talentos, fazer um intercâmbio de estudantes e estimular que os alunos aprendam uma segunda ou uma terceira língua no Canadá, nos EUA e na Europa.

Caso o senhor assuma o governo, irá fazer alterações na sede administrativa de Minas? Vai descentralizar o comando do Estado?
Nós estamos estudando a regionalização da administração pública do Estado. Se pudermos criar uma espécie de administração regional em Montes Claros, por exemplo, vamos concentrar ali os serviços de receita, da educação, da saúde e com poder decisório. Isso é levar para perto do cidadão os serviços de que ele precisa. Mas a descentralização da administração não quer dizer redução imediata e grandiosa, por exemplo, do número dos servidores da Cidade Administrativa.

O senhor, se eleito, planeja reduzir despesas do Estado? Quais?
Se regionalizarmos efetivamente muitas das atividades, as viagens, por exemplo, naturalmente serão menores. É sempre bom uma administração mais enxuta. Quanto mais enxuta, mais eficiente é. Vou declarar guerra à burocracia. É uma necessidade para o cidadão. Por isso, tudo que puder ser reduzido da presença, da exigência de certidões e de medidas que o cidadão deva tomar, nós faremos.

O senhor, se eleito, pretende fazer alterações no número de secretarias? De que forma?
A minha maneira de governar é participativa. Quando eu assumi a Prefeitura de Belo Horizonte, as administrações eram poucas e com poucas funções. Eu ampliei o número e dei a elas função efetiva. Certamente, (descentralizar a administração) resultará na possibilidade da redução do número de secretarias, mas é uma questão que nós estamos avaliando para ver como e em quanto tempo pode ser implantada.

Se o senhor for eleito, irá propor um salário mínimo regional para Minas? Qual o valor ideal?
O importante é ver quais são os salários que a economia mineira permite pagar. Devem ser os mais altos que a economia mineira conseguir pagar.

Como resolver os problemas da saúde no Estado, como o déficit de leitos de UTI neonatal?
A ideia básica é a de regionalização do serviço de saúde. O que nós vamos buscar é que nenhum cidadão de Minas seja obrigado a se deslocar a Belo Horizonte em busca de qualquer serviço de saúde, que possa resolver as suas necessidades na sua região. Portanto, os hospitais regionais devem atender a toda a demanda de alta e baixa complexidades. Inclusive a questão da UTI Neonatal. Na transição, se houver disponibilidade na rede privada, ela deve ser aproveitada.

Em 2015, o gestor que assumir o governo mineiro vai precisar resolver a situação de mais de 90 mil servidores públicos afetados pela inconstitucionalidade da Lei 100. Quais ações serão adotadas pelo senhor?
O Supremo decidiu, e é preciso cumprir. O assunto ainda está sendo avaliado por meio do recurso cabível e pode ser que ainda haja alguma adaptação, mas, de qualquer modo, neste ano, a questão tem que ser resolvida. O número é menor que 90 mil porque muitos já se aposentaram, acabaram seguindo caminhos diferentes. Outra parte faleceu, então o número é bem menor que 90 mil. O caminho que deve haver é o de um concurso, é o que está sendo avaliado.

Na saúde, o governo do Estado inclui no orçamento para a área gastos com saneamento e pessoal. Na educação, o gasto com aposentados também é incluído no investimento total. O senhor pretende alterar essa lógica?
Essa é uma questão curiosa. Dizer que saneamento não é saúde é uma coisa absolutamente incompreensível, porque o saneamento é, talvez, a maior proteção de saúde. O próprio nome diz: saneamento, é saúde, está se distribuindo saúde. É uma falta de compreensão absoluta, mas evidente que nós teremos que cumprir a lei e a interpretação dos tribunais. Se, ao final, houver a compreensão correta de que saneamento é uma das principais providências para a saúde pública, muito bem, isso será considerado como gasto de saúde. Se não for, não será. Na educação, o que gerou o aposentado? Ele ter trabalhado na área. Mas eu repito: o que os tribunais e a lei disserem, vamos seguir.

Como espera que seja o relacionamento com o governo federal, caso ele seja de um partido diferente da legenda do senhor?
O esforço que nós fizemos aqui em Minas nos últimos 12 anos para fazer as reformas, para modernizar o Estado, avançar na educação, na segurança, na saúde, foi isolado, porque o governo federal tratou, quase que caprichosamente, não apenas de deixar de ajudar, mas de atrapalhar. Mas tenho certeza que essa fase passou. Vamos eleger Aécio presidente. Então eu confio que, depois de muito tempo, vamos ter um governador do Estado absolutamente alinhado com o presidente da república.

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