domingo, 25 de março de 2012

SEGUE ENTREVISTA MINHA AO JSL

DO JORNAL SETE LAGOAS:

Entrevista com o pré-candidato a prefeito de Sete Lagoas Leonardo Barros

JSL - Que mudanças que você sente que a cidade quer?
LB - A cidade quer o fim dos buracos, mas eu acho que a cidade quer muito mais, não é mesmo? E pode ter. Sete Lagoas tem tudo para ser uma das cidades mais prosperas do mundo, uma cidade de padrão mundial. Mas aqui vigora uma barreira protecionista que mantém o município refém da mediocridade, e isso impede um salto no desenvolvimento. 

JSL - Explica isso pra gente.
LB - Sete Lagoas tem 541 KM², é duzentos e dez quilômetros maior que a capital em termos área, dispõe de muito espaço para ser ocupado, sua topografia é 80% plana e a cidade está estrategicamente localizada no colar metropolitano. Por tudo isso, ela tem uma atratividade natural para quem quer investir e morar. Apesar disso a cidade está comparativamente muito atrasada em relação a outras. A rede de saúde é precária, o déficit de infraestrutura urbana é gigantesco, o saneamento encontra-se em estado de calamidade pública há décadas, e também faltam escolas e creches, o transporte anda a deus dará, e a falta de habitação existe para todas classes sociais. Tudo isso poderia ser resolvido se a cidade não fosse refratária ao investimento. É esta a barreira protecionista da qual falo. O fato é que existe em Sete Lagoas uma barreira contra o progresso para que os grupos que dominam a oferta de bens e serviços não seja afetada pela concorrência de coisa melhor.

JSL - É por isso então que temos poucas e ruins ofertas de produtos e serviços públicos e privados?
LB - Exatamente. Veja aqui você não encontra oferta de casas e apartamentos correspondentes à demanda, a rede de saúde privada é precária e vive em crise financeira, seja o hospital Nossa Senhora das Graças e os planos de Saúde. Enquanto isso a cidade se da ao luxo de chutar um investidor como a Rodobens que pretendia fazer um investimento de um bilhão em moradia na cidade. Mais: a cidade não tem dinheiro para o saneamento e recusa-se a fazer a concessão que poderia suprir essa necessidade. Ou seja, é um modelo obsoleto e falido, mas que grande parte da cidade recusa-se a enxergar abraçada num ufanismo bobo.

JSL - O que preciso fazer para remover essas barreiras e a cidade atingir o seu potencial?
LB - A base de tudo é informação verdadeira, na medida em que você tivesse no poder alguém que colocasse o dedo nas feridas e mostrasse a dimensão e a gravidade dos problemas a sociedade se daria conta da necessidade de mudança. Mas o que acontece é que os governantes são originários deste modelo atrasado e não estão prontos a fazer uma auto-ruptura. Você precisaria de alguém que não fosse produto deste meio para acabar com esse ciclo vicioso onde mudam-se os governos para tudo continua igual. Veja que variam os governantes de uns mais elitistas, outros mais populistas, mas a essência bairrista segue como ponto comum.

JSL - Bem, você se dispõe a encarar a tarefa de mudar isso?
LB - Estou a disposição do meu partido para que oferecemos a Sete Lagoas uma mudança real e impactante na vida das pessoas. E o, PSL - Partido Social Liberal tem consciência da responsabilidade, sabe que a cidade quer mudanças, por isso, não vai ignorar as demandas da sociedade. Aliás, ele já está agindo, fazendo o seu dever de casa: construindo um projeto para apresentar e discutir com a população. É com esse propósito que vamos realizar um grande simpósio de Saúde e Drogas em Sete Lagoas.

JSL - Mas para fazer as mudanças é preciso vencer a eleição, como conseguir?
LB - Fazendo com que as nossas ideias sejam compartilhas pela sociedade e a gente se torne maioria. E como se consegue isso? Dizendo para as pessoas aonde queremos fazer a cidade chegar, mostrando onde ela esta e como vamos fazer para chegar lá neste futuro desejado. Nosso trabalho enquanto liderança é o de ajudar a população para que ela veja a falência deste modelo, que é causa, o por quê, das coisas não acontecerem. É preciso demonstrar que estamos perdendo para nós mesmos, enquanto outros lugares avançam firmes rumo ao futuro. Sete Lagoas está travada faz tempo, mas se a população quiser ela terá a opção no PSL de mudar essa trajetória.



JSL - Como começou seu envolvimento com as questões públicas locais.
LB - Vou fazer um breve histórico dos acontecimentos. Em 2007, como pode fazer qualquer outro cidadão, eu comecei a participar motivado pela insatisfação com a cidade. A porta de entrada para mim foi o debate da concessão – que eu defendia – ou não do saneamento para a Copasa. E foi a partir de então que eu comecei a me envolver e passei a entender a dimensão dos problemas e, sobretudo, compreender a cultura política da cidade, o porquê do atraso em tantas coisas.

JSL- Nestes últimos anos a sua influência no encaminhamento de grandes questões como AmBev e Hospital Regional se tornaram uma informação de domínio público, resuma para o nosso leitor a sua atuação política.
LB - O meu envolvimento aconteceu nós últimos 6 anos, coincidindo com o período dos dois últimos governos. Durante a gestão Leone eu me envolvi na discussão do Saneamento, da negociação para Sete Lagoas ter o Hospital Regional, da luta para não perder a AmBev. Esses foram temas que eu e o governo Leone cooperamos – no saneamento até certo ponto -, mas eu também fui um encalço para o governo de Leone. Fui a pessoa que denunciou os indícios de esquema comprovados pela Polícia Federal para desviar os recursos do PAC. Já no período do governo Maroca eu fiz e faço forte oposição aos desmandos da sua gestão em Sete Lagoas. Posso destacar a resistência a sua tentativa de reduzir a ferinha do centro, senão acabar com ela. Quanto este governo tentou implantar uma política de segurança particularista aliando-se a uma das figuras mais controversas do Estado, o ex-comandante Severo, eu denunciei o mal feito e o prefeito teve que recuar. Na luta pela construção do hospital Regional que o Maroca recebeu com dinheiro, localização e projeto e fez de tudo para reduzir de 240 para 100 leitos ele foi obrigado a voltar atrás por pressão nossa. Teve que aceitar a construção de um grande hospital que o Estado queria construir em Sete Lagoas, ele, Maroca, dizia que o governo Anastasia não queria. Para tanto o governo doou até o atual projeto, que é de Juiz de Fora. 

JSL - Você teve uma contribuição para que o Estado decidisse em 2007 instalar em Sete Lagoas um Hospital Regional, explica como foi.
LB- Na questão do Hospital Regional ofereci a ideia da criação de uma nova Macroregião de Saúde em Minas com sede em Sete Lagoas, essa proposta abraçada pela administração municipal da época e levada por mim e por eles as autoridades estaduais resultou na decisão do Estado de instalar na cidade um Hospital Regional. Na verdade havia muita resistência do Estado em ter um Hospital Regional aqui.

JSL- E a localização do Hospital Regional como você conseguiu convencer as autoridades a escolher o terreno do antigo aeroporto, no bairro Aeroporto.
LB - A linha de argumentação foi em duas frentes e muitas gestões junto ao próprio prefeito Leone. Eu disse que construir o Hospital Regional na BR 040 era um erro como pretendiam na época sob a justificativa de ele era para atender as todas as cidades da região e não só Sete Lagoas. Bem, mostrei que o fato dele estar dentro da cidade e numa posição servida por boas vias de acesso não impedia e nem dificultava o atendimento dos municípios, por outro lado expliquei que a maior demanda seria da própria cidade e que se ele ficasse na região, chamada, ainda de Leste atenderia a toda aquela população, que era mais necessitada. Além do mais outro ponto forte é que ali no Aeroporto localiza-se o verdadeiro centro geográfico do município. As autoridades acabaram cedendo e hoje ele, mesmo com todo atraso do Maroca, começa a ser construído na melhor localização e vai ajudar a impulsionar ainda mais o desenvolvimento de toda aquela região.

JSL- Quais são as suas propostas caso venha a ser prefeito?
LB - A Firjan acabou de fazer uma radiografia da situação fiscal do município e a imagem mostra um quadro preocupante. Sete Lagoas é hoje uma cidade endividada que gasta muito com a maquia e investe pouco. O resultado a gente vê em todas áreas a começar pelas nossas ruas. Portanto, é preciso reverter essa situação urgentemente para que Sete Lagoas torne-se uma cidade saudável em termos fiscais e possa fazer investimentos próprios. E falando em investimentos o que precisamos fazer é permitir, repito, permitir, que a cidade receba os investimentos em áreas fundamentais como Saneamento, Habitação e Infraestrutura, dessa forma um governo nosso vai remover de imediato todos os obstáculos para que a cidade receba investimentos. Parece simples e é, o difícil é ter no governo essa mudança mental e nós somos essa nova mentalidade.

JSL- Quais são projetos que você destacaria como sendo os prioritários de uma gestão sua?
LB - A formação de um grande pólo regional de Saúde em Sete Lagoas com o fortalecimento regionalização não apenas com o investimento público, mas também o investimento privado. Vamos atrair novas unidades de saúde para Sete Lagoas, mostrando o mercado potencial que existe aqui e região. Dessa forma, vamos aumentar a oferta de serviços de saúde. 
Na Educação queremos ser nota 10 para isso vamos uniformizar o currículo garantido um currículo básico de qualidade e comum em todas as escolas. Vamos criar as escolas das Crianças, construindo unidades de alto padrão. Faremos um mássico investimento na construção de unidades escolares para suprir 100% da demanda existe. Na outra ponta vamos aumentar a oferta de ensino técnico e tecnológico em parceria com o Estado, as empresas e demais instituições. 
E faremos com concessão e atração de investimentos privados além dos próprios e em pareceria com a o Estado e a União o maior programa de investimento em obras da história de Sete Lagoas. O nome do nosso choque será, choque de investimentos tirando Sete Lagoas desse marasmo que se encontra há décadas.

JSL - O que mais você faria como prefeito?
LB - Uma coisa estratégica que vai mudar completamente Sete Lagoas é a mudança do eixo geográfico para região do bairro Nova Cidade, ali naquela região é que faríamos o Centro de Administrativo. Dessa forma retiraríamos da hoje região central a pressão que existe no trânsito/transporte, porque ao interiorizarmos o desenvolvimento no município se alivia o centro, que mudaria de lugar. Mas então o atual centro ficaria de lado? Pode indagar alguém. Não, claro que não. A proposta para o hoje centro é revitalizá-lo tornando-o um verdadeiro Shopping a céu aberto. Para isso faríamos uma grande intervenção urbanística com a melhoria e padronização de calçadas, toda rede fiação elétrica e telecomunicação subterrânea e integração dos atrativos turísticos centrais como as lagoas do Boa Vista, Paulino, Catarina e Cercadinho, a elas se juntariam a Serra do Santa Helena e Shopping Sete Lagoas atraindo o turismo de lazer/compras e de negócios. A propósito do turismo de negócios aproveitaríamos a área da antiga rede ferroviária para fazer um grande Centro de Convenção, atraindo feiras do país inteiro para esse conjunto de lazer, que seria criado. E claro uma coisa que retiraríamos da região central são as siderúrgicas instaladas no Boa Vista.

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