sexta-feira, 4 de julho de 2008

"É uma organização[as Farc] que já não representa nada na Colômbia, que já não tem nada de respeitável", diz Ingred Betancourt

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A ex-senadora e ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt afirmou nesta quinta-feira que não vê problemas na possibilidade de o presidente Álvaro Uribe mudar a Constituição da Colômbia para se candidatar a um terceiro mandato. Em entrevista coletiva concedida à tarde na Embaixada da França na Colômbia, Ingrid – libertada na quarta-feira após seis anos como refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) – disse apoiar a proposta de uma segunda reeleição de Uribe, atualmente em discussão no Congresso.
"Sim, eu gosto da reeleição. Uma segunda reeleição, sim, por que não?", declarou a ex-refém. Segundo ela, a reeleição de Uribe, em 2006, foi um "grande golpe" contra os terroristas das Farc. Ingrid afirmou que a reeleição "mudou completamente as regras do jogo. Eles estavam acostumados com o fato de que, com a mudança de governo, tinham a possibilidade de se reestruturar".

‘Como um cão’ – Questionada sobre as condições da detenção, a ex-refém assegurou que foi tratada "como um cão". "Nem sequer era um tratamento para um animal", afirmou, antes de afirmar que "só havia crueldade, arbitrariedade e maldade" por parte dos terroristas. Ela também contou que durante seu cativeiro, tinha "espasmos de ódio" contra seus seqüestradores. "Mas me dizia que uma vez livre, eu queria estar livre de tudo, e em especial do ódio".

Ingrid Betancourt confessou ter pensado que iria morrer. "A morte chega muito, muito rápido na selva", disse, antes de afirmar que seus seqüestradores a haviam privado, inclusive, de medicamentos. Com raiva, exortou as Farc a "corrigirem" sua política. "É uma organização que já não representa nada na Colômbia, que já não tem nada de respeitável", afirmou.

Filhos – Depois de seis anos como refém das Farc a ex-senadora e ex-candidata reencontrou nesta quinta-feira seus dois filhos, Melanie e Lorenzo Delloye-Betancourt. Eles vieram de Paris, no avião presidencial francês, e aterrissaram pela manhã no aeroporto militar de Catam, na capital colombiana, Bogotá. Ingrid nem esperou que os filhos saíssem do avião: subiu a escada e foi abraçá-los na porta da aeronave.

Depois do reencontro, Ingrid entrou no avião acompanhada de Melanie e Lorenzo. Minutos depois, reapareceu e falou sobre o reencontro: "Quando fui seqüestrada, Lorenzo era um menino que eu pegava no colo e brincava de lutar na cama. Agora vou fazer o mesmo e espero que a namorada dele não se importe". Ela também brincou dizendo que os filhos vão ter que suportar seu comportamento de "chiclete". Depois de chorar nos pronunciamentos feitos na quarta, desta vez Ingrid sorriu bastante.

A ex-refém fez ainda uma declaração emocionada sobre a importância de Lorenzo e Melanie: "Eles são meu sol, minha lua, minha razão de viver. Por eles, consegui força para passar pelo que passei". A família Betancourt fez questão de afirmar que a luta pela liberação dos outros seqüestrados continua. Além dos filhos, a aeronave trouxe o ex-marido de Ingrid, Fabrice Delloye, a irmã e dois sobrinhos. Ingrid deve ir à França nesta, para se encontrar com o presidente Nicolas Sarkozy.

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